Entenda a sequência de fatos que geraram polêmica do avião

"Gerou dor em todas as partes envolvidas", reconheceu responsável pelo vídeo viral

Aline Rizzo, Jeniffer Castro, Eluciana Cardoso e Mariana Cardoso Fotos: Frames de vídeo / Globoplay


Quando o vídeo que expôs Jeniffer Castro se recusando a trocar de assento com uma criança em um avião viralizou nas redes sociais, havia poucos detalhes sobre o ocorrido. Até então, pensava-se que a responsável pela gravação viral era a própria mãe do menino, teoria que se provou equivocada posteriormente. Agora, com todos os principais envolvidos localizados e entrevistados, é possível compreender o panorama geral por trás de todo esse imbróglio.


Em conversa com o Fantástico que foi ao ar neste domingo (8), a carioca Aline Rizzo explica que ela embarcou junto de seus três filhos e outros quatro conhecidos em um voo da Gol que partiu do Rio de Janeiro rumo a Belo Horizonte, em Minas Gerais, na última terça-feira (3). Eles foram os primeiros a entrar, porque o primogênito de Aline é cadeirante.


Enquanto ela ajudava o filho com deficiência a se acomodar na poltrona 1C, seu outro menino, de 4 anos, seguiu junto da avó, sentando-se no assento 21F. Acontece, porém, que esse assento havia sido comprado por Jeniffer, que avisou sobre o equívoco quando chegou no avião e encontrou o menino em seu lugar.


– Eu falei: “Desculpa, vou retirar meu filho”. Eu retiro, e ele até saiu de boa, foi sentar comigo, sem chorar ainda. Quando a aeromoça diz: “Tem que colocar o cinto para decolar”, ele “fala é meu sim [o assento], eu sentei primeiro, a moça que pegou o meu lugar”. E eu falo: “Não, filho”, e aí ele começa [a chorar] (…) Ele me chutava, ele se debatia – descreve Aline.


O passageiro que estava no assento 21D, no corredor, chegou a sugerir a troca de assentos, ideia que Jeniffer recusou, ressaltando que preferia permanecer em seu lugar. Poliane Araújo, madrinha da criança, que estava logo atrás, conta que burburinhos começaram no avião e podia-se ouvir frases como “que mulher grossa, sem empatia”.


Nesse momento, Eluciana Cardoso, uma advogada sem relação com a família e que estava ao lado de Poliane, teria proposto que a madrinha fosse até Jeniffer e insistisse no pedido pela troca de lugar.


– Eu falei: “Não, eu não vou, jamais eu vou lá, é o lugar dela”. Aí, ela [Eluciana] falou assim: “Eu vou”. Eu falei: “Se a senhora for, o problema é seu. Mas eu não vou, porque ela tá no direito dela”. Aí ela falou: “Ah, eu não aguento”. Tirou o celular do bolso e disse: “Agora eu vou deixar ela [Jeniffer] famosinha”. Pegou o celular, meteu na cara da Jeniffer – detalhou.


Eluciana, porém, alega ter abordado Jeniffer com “toda a educação”.


– Não fui grossa com ela na abordagem, que não está gravada. Eu disse: “Tem pessoas que estão oferecendo para trocar, você poderia trocar? O pessoal aqui de trás tá oferecendo” – descreveu.


– Eu falei não. Eu tenho uma filha de 8 anos, eu não ia deixar ela fazer isso. Era um aprendizado pra ela. Não é não – explicou Jeniffer.


Diante da nova recusa, Eluciana decidiu filmar a jovem, registrando o vídeo que viralizou nas redes sociais. Nele, é possível ouvi-la declarar que Jeniffer não tem “empatia com criança” e que ia “mostrar a cara” dela, questionando ainda se a jovem possuía algum “problema” ou “deficiência”.


Em seguida, a advogada teria enviado a gravação para a filha, Mariana Cardoso, que postou nas mídias sociais. Mariana alega ter colocado emojis nos rostos das pessoas que apareciam no vídeo, mas que a edição não apareceu na postagem, o que ela só teria percebido oito horas depois da publicação.


– Não imaginei que ia viralizar em momento nenhum, até porque a minha conta só tinha 200 visualizações no máximo. Eu estou começando nisso agora, falo de coisas do cotidiano. Tentei fazer uma edição no meu tablet, colocando emoji no rosto das pessoas que apareciam. Eu cometi um erro de iniciante e não acho justo eu estar sendo tão massacrada, que as pessoas estejam incitando tanto ódio – assinalou.


“FICO COM MEDO”

Jeniffer, que tinha cerca de 700 seguidores no Instagram, viu esse número saltar para mais de 2 milhões, devido ao apoio que recebeu de grande parte da internet. Apesar disso, ela afirma temer que alguém faça algo contra ela.


– Tá sendo tudo muito novo, eu ainda não tô conseguindo falar direito. Eu fico com medo de acontecer alguma coisa comigo. Assim como tem gente boa, que está me apoiando, tem as pessoas que estão falando “por que você não trocou?”, que estão me xingando – pontuou.


Aline Rizzo também afirma ter sido alvo de muitas mensagens ofensivas e ameaçadoras nas mídias sociais.


– Eu estou sendo odiada, atacada, ameaçada, xingada, ofendida, minha família, meus filhos. [Eu ouço] pessoas falando da história: “que mãe ridícula, é por isso que essas crianças viram bandidos, marginais, são crianças sem limites”, e por aí vai. E você ter que ouvir aquilo calada, porque a pessoa que sofreu a agressão no momento, que foi a Jeniffer, não nega que não foi a mãe [que gravou] (…) Não me direcionei a ela [Jeniffer], não xinguei, não ofendi, não gravei, não filmei, foi uma outra passageira – frisou.


Diante da situação, Jeniffer direcionou um pedido de perdão para Aline.


– Queria pedir desculpas pra ela, porque eu não queria que ela estivesse passando por isso. Eu também não queria ter passado pelo que eu passei no avião – lamentou.


Agora, todo esse imbróglio de desenrolará na Justiça.


– A conduta de gravar a Jeniffer sem autorização e em um contexto absolutamente constrangedor é passível de danos morais. Nós identificamos os crimes de difamação e injúria – informou a advogada de Jeniffer, Pamela Marcele.

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