SÃO PAULO (Reuters) – O dólar recuava frente ao real nesta sexta-feira, devolvendo ganhos do início da sessão, à medida que a reação imediata aos dados fortes de emprego nos Estados Unidos, que derrubaram a moeda brasileira momentaneamente, dava lugar a uma busca por ativos de maior risco.
Imagem:Reprodução/O Globo
Às 12h17, o dólar à vista caía 0,25%, a 5,4601 reais na venda. Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento tinha queda de 0,36%, a 5,474 reais na venda.
Nesta sessão, grande parte do foco dos mercados globais estava na divulgação do relatório de emprego de setembro dos EUA, que mostrou que os empregadores criaram 254.000 postos de trabalho no mês passado, de 159.000 vagas revisadas para cima em agosto.
A taxa de desemprego, por sua parte, recuou para 4,1% em setembro, ante 4,2% no mês anterior.
O resultado afastava as preocupações dos agentes financeiros com uma deterioração do mercado de trabalho norte-americano, evidenciando que a economia dos EUA continua robusta e possivelmente em processo de aceleração.
“O número mostra que o mercado de trabalho continua aquecido e vigoroso. Afasta os temores de uma recessão e os temores de que o mercado de trabalho pudesse tomar uma desaceleração muito veloz e abrupta”, disse Leonel Mattos, analista de Inteligência de Mercado da StoneX.
“Ou seja, a inflação tem moderado, tem estabilizado pouco a pouco, enquanto a atividade econômica permanece em boas condições”, completou.
Com essa perspectiva, que gerava otimismo em relação ao resto da economia mundial, investidores acirravam o apetite por risco, gerando ganhos em mercados de ações e de câmbio ao redor do globo.
Os ativos de maior risco vinham sofrendo grandes perdas ao longo da semana em meio ao aumento das preocupações com a escalada das tensões geopolíticas no Oriente Médio.
Além do real, outras divisas emergentes também ganhavam contra o dólar nesta sessão, como o peso mexicano, o peso colombiano e o rand sul-africano.
Além de sinalizarem solidez da economia dos EUA, os dados de emprego indicaram que não será necessário um afrouxamento monetário agressivo pelo Federal Reserve, que reduziu os juros em 50 pontos-base em setembro a fim de mostrar o compromisso da instituição com a sustentação da taxa de desemprego.
Operadores colocavam 94% de chance de um corte de 25 pontos nos juros do Fed na próxima reunião em novembro, de 67% antes dos dados, o que é um fator positivo para o dólar, que havia acumulado perdas com a perspectiva de um afrouxamento mais agressivo no banco central dos EUA.
Assim, o dólar permanecia em forte alta ante seus pares fortes. O índice do dólar — que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas — subia 0,68%, a 102,600.
Na máxima da sessão no Brasil, ainda na primeira hora de negociações, o dólar chegou a subir 0,81% ante o real.
Além de o movimento acompanhar a força da moeda norte-americana no exterior, a percepção inicial no cenário doméstico era de que um provável aumento menor do diferencial de juros entre Brasil e EUA nos próximos meses, à medida que o Banco Central realiza um novo aperto monetário, favorecia o dólar.
*IstoÉ Dinheiro/*Informações Reuters
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