Mundo precisa “acordar” e ajudar o Sudão, diz Chefe da OMS

Tedros Adhanom destaca situação grave da infraestrutura de saúde do país após mais de um ano de guerra civil

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Diretor-geral da OMS Tedros Adhanom Ghebreyesus | 15/12/2023 Reuters/Denis Belibouse

O chefe da Organização Mundial da Saúde (OMS) das Nações Unidas, Tedros Adhanom Ghebreyesus, disse estar chocado com a ação insuficiente do mundo para parar a crise no Sudão depois de visitar um hospital infantil que cuida de crianças desnutridas em Port Sudan no sábado (7).


Numa coletiva de imprensa neste domingo (8), Ghebreyesus instou o mundo a “acordar” e ajudar o país assolado pela guerra enquanto enfrenta múltiplas crises.


Os civis no Sudão enfrentam o agravamento da fome, dos deslocamentos em massa e das doenças após 17 meses de guerra, afirmam as agências humanitárias.


Mediadores liderados pelos EUA disseram no mês passado que tinham garantias de ambas as partes nas negociações que ocorreram na Suíça para melhorar o acesso à ajuda humanitária, mas que a ausência do exército sudanês nas discussões tinha prejudicado o progresso.


“O Sudão está sofrendo uma tempestade perfeita de crises. Mais de 500 dias de conflito, o maior nível de deslocamento no mundo, a fome em algumas partes e o risco de isso acontecer em outras, espera-se que 25,6 milhões de pessoas, mais de metade da população do Sudão, enfrentem altos níveis de insegurança alimentar aguda”, disse Ghebreyesus.


O Chefe da OMS afirmou também que o povo do Sudão está lutando contra inundações, rompimento de barragens, doenças como cólera, malária, dengue, sarampo, risco de varíola, violência sexual relacionada com conflitos e um quase colapso de todo o sistema de saúde do país.


As infraestruturas do Sudão já estavam em mau estado antes da guerra entre o exército sudanês e as Forças Rápidas paramilitares, que começou em abril de 2023.


Desde então, ambos os lados canalizaram a maior parte dos seus recursos para o conflito, deixando as infraestruturas gravemente negligenciadas e um sistema de saúde em desordem.


*CNN Brasil

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