Brasileiros preferem 'jogar no Tigrinho' do que comprar alimento para a família, revela estudo

Após a chegada do tigrinho, ou genericamente dizendo as casa de apostas, o comportamento de consumo dos brasileiros se transformou consideravelmente. Cada vez mais brasileiros preferem diminuir os gastos em alimentos, bebidas e vestuários para economizar e apostarem mais ainda. Vale ressaltar que “tigrinho” é apelido para todas as casas de apostas online, mas necessariamente são iguais.

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Brasileiros preferem jogar no tigrinho do que comprar alimento para a família, revela estudo | Imagem: Arte = Metrópoles

Conforme o Brazil Weekly Retail Compass de 2024, houve um aumento expressivo nos gastos com apostas, especialmente online. Ao mesmo tempo, observou-se uma redução no consumo em áreas mais tradicionais do cotidiano.


O estudo do Santander aponta que esses novos padrões de gasto revelam como o tigrinho, ou jogos de azar e apostas esportivas, estão se tornando uma parte importante do orçamento das famílias. Desse modo, inclusive competindo diretamente com setores mais tradicionais do comércio varejista.


De acordo com o relatório, estima-se que, em 2023, cerca de R$ 100 a R$ 150 bilhões tenham sido gastos em atividades de apostas, incluindo loterias federais, atividades informais e apostas esportivas online. Por outro lado, em 2021, o varejo representava cerca de 63% da renda familiar. Mas essa participação caiu para 57% em 2023.

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Imagem: GeorgiJevic/ Getty Images 

Tigrinho cresce entre brasileiros

O tigrinho de pequeno não tem nada. Em termos comparativos, em 2018 os gastos com essas atividades eram estimados em cerca de R$ 30 bilhões. Isso representa um aumento significativo na alocação do orçamento das famílias para apostas. Ou seja, passou de 0,8% da renda familiar em 2018 para algo entre 1,9% e 2,7% em 2023.


O relatório também revela que, entre 2013 e 2023, as vendas do varejo tradicional, como alimentos, bebidas, vestuário e eletrônicos, perderam parte da fatia do orçamento familiar. Amaior queda foi observada nos setores de vestuário e calçados.


Estas últimas registraram uma redução de 0,7 ponto percentual na sua fatia do orçamento familiar, caindo para 3,0% em 2023. Da mesma forma, o setor de eletrônicos e móveis caiu 0,4 ponto percentual, representando 3,1% da renda das famílias.

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Imagem: Reprodução 

O aumento do “share of wallet” (participação do orçamento) das apostas se dá em detrimento de outros segmentos. Uma pesquisa recente da Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC) revelou que uma parte considerável dos apostadores online ativamente reduziram seus gastos em outras áreas para apostar mais.


Os setores mais afetados incluem o de vestuário (23% dos entrevistados afirmaram ter reduzido gastos com roupas para apostar), supermercados (19%) e viagens (19%).


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