Após bloqueio do X, Bluesky lidera ranking da App Store e é alvo do STF

A rede social também prometeu novidades para aprimorar o seu uso

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Com o banimento recente do X (agora ainda mais saudoso ex-Twitter) no Brasil, usuários órfãos da rede social de Elon Musk foram logo à procura de alternativas à antiga plataforma. Embora o Threads (da Meta) também tenha se destacado, nenhuma outra rede ganhou mais usuários tupiniquins nos últimos dias que o Bluesky.


A plataforma descentralizada criada pelo fundador e ex-CEO do Twitter, Jack Dorsey (que deixou o conselho da nova rede em maio), está desde sábado no topo dos apps gratuitos mais baixados da App Store no Brasil, com o Threads logo na sequência. O mesmo fenômeno se repete no Google Play, loja de apps do Android.


Numericamente, 2 milhões de pessoas criaram uma conta na plataforma na última semana, de acordo com dados do próprio Bluesky. Embora não tenha sido divulgada a proporção exata de ingressantes por país, o Bluesky já afirmou que os recordes recentes são provenientes de brasileiros.

Em resposta aos pedidos vigorosos de brasileiros, acostumados com a dinâmica do X, o diretor de tecnologia do Bluesky Paul Frazee anunciou que a equipe da plataforma está em estágio final de implantação do suporte a vídeos. Previstos para serem lançados numa próxima atualização, eles terão limite de tempo de um minuto.

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Embora Frazee tenha demonstrado incerteza quanto à implementação da funcionalidade de trending topics (os assuntos do momento no X) na plataforma, a CEO 1 da rede social Jay Grabber disse em entrevista recente ao Correio Braziliense que o Bluesky ganhará o recurso ainda neste ano.


Nem tudo são flores…

Questionada sobre a possibilidade de adicionar algum método de verificação para autoridades, governos e outras personalidades, Grabber não prometeu nenhuma alternativa para além do uso dos domínios personalizados como nome de usuário, os quais teoricamente serviriam para mostrar que determinada conta é autêntica.


A falta de um sistema de verificação mais tradicional, no entanto, levou à criação de uma enxurrada de contas falsas (fakes) se aproveitando da alta popularidade proporcionada atualmente pela plataforma. Um perfil falso da Netflix Brasil (agora marcado como “imitação”), por exemplo, já conta com mais de 46 mil seguidores por lá.

Embora algumas personalidades e veículos de mídia — como a Folha de S.Paulo (@folha.com) — já tenham adotado a verificação por domínio, a grande quantidade de imitações chegou ao Supremo Tribunal Federal (STF), o qual realizou um pedido formal à plataforma solicitando a remoção de perfis falsos da corte, algo que já foi atendido, conforme informações do Metrópoles.


O cumprimento do pedido do STF vai ao encontro de outra declaração da diretora executiva na entrevista supracitada. Segundo ela, a plataforma pretende “respeitar totalmente as leis e autoridades locais do Brasil, e tomar decisões de moderação de conteúdo caso a caso”, de acordo com as Diretrizes da Comunidade já existentes.


No entanto, como destacado hoje pela Folha, o Bluesky ainda não conta com uma representação oficial em território brasileiro — um dos motivos que resultou na suspensão do X. Segundo especialistas ouvidos pelo jornal, a lei não é clara quanto a uma obrigatoriedade de representação para empresas que atuam no âmbito digital.


Embora Grabber tenha afirmado na entrevista que o Bluesky é uma empresa remota e que não conta com escritórios em nenhum lugar no mundo, a plataforma afirmou ao InfoMoney estar em contato com advogados nos Estados Unidos e no Brasil para garantir a conformidade com as regras do país.

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*McMagazine


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