OMS declara mpox como emergência global de saúde pública

Surto na África, impulsionado por nova cepa mortal, exige resposta internacional coordenada para conter a disseminação

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A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou nesta quarta-feira (14) que o surto de mpox, anteriormente conhecida como varíola dos macacos, em curso na África, é uma emergência de saúde pública de preocupação internacional (PHEIC). A decisão foi tomada após a rápida disseminação de uma nova cepa do vírus, o clado Ib, que é mais transmissível e provoca quadros clínicos mais graves. Esse clado, inicialmente restrito à República Democrática do Congo, agora se espalhou para quatro países africanos anteriormente não afetados.


O comitê de emergência da OMS, composto por especialistas independentes, reuniu-se virtualmente para avaliar a gravidade da situação e aconselhar o Diretor-Geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus. Após a consulta, Tedros anunciou a declaração de emergência global, ressaltando que o surto representa um risco significativo para a saúde pública internacional e requer uma resposta coordenada entre os países para evitar uma propagação ainda maior.


"A detecção e a rápida disseminação de um novo clado de mpox no leste da RDC e sua presença em países vizinhos que antes não haviam registrado casos são extremamente preocupantes", afirmou Tedros. "Precisamos de uma resposta internacional coordenada para conter esses surtos e salvar vidas."


Desde o início de 2024, mais de 17.000 casos de mpox e mais de 500 mortes foram relatados em 13 países africanos, com a República Democrática do Congo registrando mais de 14.000 casos e concentrando 96% dos novos casos confirmados apenas neste mês. O clado Ib, responsável por essa nova onda, é mais perigoso e apresenta uma taxa de transmissão mais alta em comparação ao clado II, que provocou o surto de 2022.


A mpox é uma doença viral que pode se espalhar facilmente entre pessoas e de animais para humanos. A transmissão ocorre por meio de contato próximo, como toques, beijos ou relações sexuais, bem como através de materiais contaminados, como roupas e agulhas. Os sintomas incluem febre, erupções cutâneas dolorosas, dores musculares e linfáticos inchados. Embora a doença tenha sido historicamente limitada à África Central e Ocidental, ela começou a se espalhar para a Europa e América do Norte em 2022.


A OMS já deu início ao processo de Lista de Uso de Emergência para vacinas contra a mpox e desenvolveu um plano de resposta regional que exige US$ 15 milhões, com US$ 1,5 milhão já liberados do Fundo de Contingência para Emergências da organização. Atualmente, meio milhão de doses de vacina estão em estoque, e outras 2,4 milhões de doses poderão ser produzidas até o final do ano. As primeiras doses serão enviadas para a República Democrática do Congo e para a Nigéria.


Entretanto, a OMS enfatiza que as vacinas são apenas parte da resposta. A contenção do surto exigirá um aumento na vigilância, nos diagnósticos e na pesquisa para preencher lacunas no entendimento do clado Ib e sua propagação. "Podemos interromper a transmissão da mpox com um esforço coordenado que utilize múltiplas abordagens", disse Dr. Maria Van Kerkhove, diretora do Departamento de Preparação e Prevenção a Epidemias e Pandemias da OMS.


Além disso, a organização está pedindo cooperação internacional para financiar e organizar esforços que possam conter o surto e melhorar a compreensão sobre o comportamento do clado Ib, a fim de evitar que a doença se espalhe para outras regiões.


*VP News 

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