O Nubank é uma das instituições financeiras mais valiosas da América Latina
Pode ter sido apenas uma coincidência. No fechamento dos negócios em Nova York nesta terça-feira (18), as ações da Nu Holdings (NU), empresa controladora do Nubank no Brasil e das demais subsidiárias na América Latina, fecharam em queda de 1,18% para US$ 11,69. No after market os papéis registraram um nível alto de 0,1%, avançando um centavo de dólar. Essa queda seguiu-se ao fato de o banco digital ter estado entre os trending topics do X, antigo Twitter, na tarde desta terça-feira.
De novo, pode ter sido apenas uma coincidência. O que motivou a popularidade do banco no X foi uma postagem no Instagram realizada na véspera por Cristina Junqueira, uma das fundadoras do Nubank. Junqueira publicou um story no Instagram agradecendo um convite para participar de um evento organizado por uma produtora de conteúdo considerada conservadora. Diversos internautas comentaram o assunto e afirmaram que iriam cancelar suas contas no banco, o que pode ter provocado a queda das ações. O movimento ficou na contramão do mercado. Nesta terça-feira, o índice americano S&P 500 fechou com uma leve alta de 0,25%.
Cristina Junqueira, uma das fundadoras do Nubank
Isso pode afetar o banco? Segundo a analista Courtney Carlsen, da empresa de análise The Motley Fool, a Nu Holdings “domina o mercado bancário brasileiro e tem uma enorme oportunidade de crescimento em toda a América Latina para atender populações sem acesso a serviços bancários”.
No entanto, ela afirmou que a “fintech brasileira tem levado os investidores a uma jornada volátil desde sua oferta pública inicial (IPO) em 2021, enquanto luta contra o crescimento na economia de mercado emergente”.
Para Carlsen, o mercado bancário brasileiro é cartelizado e caro, e as mudanças na regulamentação os últimos anos facilitaram o acesso ao sistema. Elas incentivaram os neobancos, como o Nubank a entrar no mercado, escreveu a analista, com um crescimento avaliado por ela como “impressionante”.
“O surgimento do Nubank no Brasil chamou a atenção da Berkshire Hathaway, de Warren Buffett, que comprou 107 milhões de ações após o IPO e ainda mantém essa posição”, escreveu ela em um relatório.
Carlsen avalia que “as coisas estão melhorando” para o Nubank, que elevou seu lucro líquido nos últimos cinco trimestres. No entanto, ela avalia que as ações não estão muito baratas. Ela calcula a relação preço/lucro em 44,3 (representando o número de anos que o investidor levaria para que o lucro por ação igualasse o valor de compra) e uma relação entre preço e valor patrimonial de 9. Ou seja, a cotação da ação no mercado vale 9 vezes seu valor contábil.
“Investir na Nu holdings é apostar nas oportunidades de crescimento futuras no México e Colômbia”, diz ela. Esses países têm uma grande parcela da população não bancarizada e podem ser locais de crescimento rápido para o Nubank. “No México, o número de clientes cresceu para 6,6 milhões no primeiro trimestre deste ano, um aumento de 106% em relação ao ano anterior”, escreveu ela. Por isso, a queda da terça-feira pode ter sido apenas uma coincidência. Procurado, o Nubank não comentou o assunto.
*Forbes
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