Moeda chegou a R$ 5,306 na máxima do pregão
Dólar Foto: IStock
O dólar até iniciou os negócios em queda, mas começou a ganhar força ainda pela manhã. Com o crescente desconforto em relação à situação fiscal do país, queda no preço das commodities e avaliação de que o Banco Central (BC) não vai mais cortar os juros, a divisa americana ganhou força.
Na máxima, a moeda chegou a R$ 5,306, para fechar a R$ 5,297, maior cotação desde o R$ 5,352 do fechamento do dia 5 de janeiro do ano passado.
Qual a cotação do dólar hoje?
O dólar à vista subia 0,23%, a R$ 5,297 na compra e na venda, chegando a uma máxima de R$ 5,306. Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento registrava alta de 0,11%, aos 5.309 pontos por volta das 17h30.
Pela manhã o Banco Central vendeu todos os 12.000 contratos de swap cambial tradicional ofertados para rolagem dos vencimentos de agosto.
■ Compra: R$ 5,297
■ Venda: R$ 5,297
■ Compra: R$ 5,325
■ Venda: R$ 5,505
O que aconteceu com o dólar hoje?
A divisa americana reflete os dados mistos sobre a economia dos Estados Unidos, mostrando tanto uma moderação do mercado de trabalho como a recuperação do setor de serviços, em busca de sinais sobre o futuro da política monetária do Federal Reserve e a preocupação com a situação fiscal do Brasil.
No início do dia a moeda norte-americana chegou a oscilar em baixa, após ter atingido na véspera o maior valor de fechamento em mais de um ano. Os dados do mercado de trabalho nos EUA, divulgados às 9h15, reforçaram o viés negativo, ao virem abaixo do esperado.
O relatório da ADP mostrou que foram abertos 152.000 empregos no setor privado em maio, abaixo dos 188.000 de abril. Economistas consultados pela Reuters previam 175.000 no mês passado.
Os números pesaram sobre os yields dos Treasuries e sobre o dólar em um primeiro momento. No Brasil, o dólar à vista marcou a cotação mínima de R$ 5,2601 (-0,47%) às 9h16, pouco depois do relatório da ADP.
No entanto, a moeda norte-americana recuperou o fôlego e chegou a tocar os R$ 5,30 ainda pela manhã, na esteira do fortalecimento do dólar também no exterior.
Dados do setor de serviços dos EUA contribuíram para isso: o Instituto de Gestão de Fornecimento (ISM) informou que seu índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) não manufatureiro subiu de 49,4 em abril para 53,8 no mês passado. A leitura de maio, a mais alta desde agosto, superou as estimativas de todos os 59 economistas em uma pesquisa da Reuters, cuja mediana era de 50,8, um pouco acima do nível 50 que separa crescimento de contração.
Com foco no exterior, a moeda norte-americana à vista marcou a cotação máxima de 5,3047 reais (+0,37%) às 11h15.
Neste ponto, as cotações encontraram alguma resistência e retornaram para níveis mais baixos, ainda que tenham se mantido próximas dos R$ 5,30 no segmento à vista.
No mercado futuro, o dólar para julho — o mais líquido — já oscilava na faixa dos R$ 5,31 no fim da tarde, com as cotações pressionadas por uma percepção mais pessimista em relação ao Brasil desde terça-feira, o que também vem dando força às taxas dos DIs (Depósitos Interfinanceiros).
Às 17h41, o índice do dólar — que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas — subia 0,15%, a 104,310.
À tarde o Banco Central informou que o Brasil registrou fluxo cambial total negativo de 428 milhões de dólares em maio, com saídas líquidas de 6,526 bilhões de dólares pelo canal financeiro e entradas de 6,098 bilhões de dólares pela via comercial.
No cenário doméstico, os investidores seguem atentos ao aumento das expectativas de inflação do mercado, evidenciado pela pesquisa Focus do Banco Central, assim como ao cenário fiscal no Brasil, um tema de contínua preocupação dos economistas.
*Infomoney (*com Reuters)
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