Caso aconteceu na última terça-feira (14). Relatos apontam que o secretário de Saúde teria afirmado que o abrigo "não precisava mais dos trabalhos dos voluntários". Contudo, denúncias dizem o contrário. Veja:
Reprodução O grupo, que deixou a rodoviária de Balneário Camboriú na noite de domingo (12), inicialmente prestou assistência em Canoas, segundo relatos, onde foram bem recebidos e contaram com o apoio da direção de saúde local.
Ao chegarem em São Leopoldo nesta terça, os voluntários contam que montaram uma estrutura no CEVEN, no bairro São Borges, para atender mais de 1000 desabrigados, muitos deles crianças, com problemas de saúde como febre e diarreia. “Eles têm apenas o básico, não têm estrutura”, relatou uma voluntária.
“Nos deparamos com muitas famílias, crianças sem o menor cuidado, cães, sujeita. Muitas pessoas com queixas referentes à alimentação, que havia chegado estragada. Muitas crianças com febre, muitos portadores de doenças crônicas sem medicação. Iniciamos os atendimentos atendemos muitas pessoas, cuidamos – sob uma pressão imensa – o dia todo”, disse outro voluntário.
No entanto, de acordo com denúncias, encontraram resistência por parte da administração local.
Conforme denúncias, após a montagem de uma estrutura de atendimento, a diretora-presidente da Fundação Municipal de Saúde, Paula Suseli Silva, interveio, solicitando a interrupção dos serviços e a apreensão dos medicamentos nesta terça. O conflito escalou quando ela teria ordenado a prisão dos profissionais, que possuíam registros válidos como COREN e CRM.
Esta ação, segundo relato, foi revertida após uma reunião de emergência com o secretário municipal de saúde, Júlio Dornelles, que inicialmente permitiu que os atendimentos continuassem.
A situação piorou novamente no final do dia, quando o secretário rompeu o acordo e pediu que a equipe cessasse os atendimentos e deixasse os medicamentos com a prefeitura, solicitação que o grupo negou. Talita Cristina, enfermeira e uma das idealizadoras do grupo, relatou: “Eles queriam que a gente fosse embora, mas que a medicação ficasse. A confusão começou aí.”
Outros voluntários relataram condições precárias do local, incluindo má alimentação e falta de medicamentos para doenças crônicas. “Nos deparamos com muitas famílias, crianças sem o menor cuidado, cães, sujeira. Iniciamos os atendimentos e cuidamos sob uma pressão imensa o dia todo, além de enfrentar a ameaça de confisco da nossa medicação”, disse um dos voluntários.
Andréia Moreira Borges mencionou que, pelo que os voluntários notaram, havia interesse em utilizar a presença do grupo para fins de mídia durante uma visita programada do presidente Lula (PT) ao local. A equipe, porém, recusou-se a participar de qualquer ato que desviasse seu foco do atendimento humanitário.
Diante da pressão para entregar os medicamentos e cessar os atendimentos, os voluntários decidiram transportar os recursos para Esteio, onde poderiam continuar a prestar assistência sem interferências.
Veja o depoimento dos voluntários:
“No trabalho voluntário em acolher as pessoas que estão desabrigadas no Ceven (Centro de Eventos) em São Leopoldo, onde uma equipe multidisciplinar com médicos e enfermeiros vieram de outros estados para atender a demanda de mais 1000 pessoas, com muitas crianças, com idade entre 0 à 10 anos, que necessitavam de atendimento médico, muito deles com febre, dor de garganta e diarreia.
Após recebermos doações de empresas, médicos, clínicas do estado de Santa Catarina, entre outros estados, foram levados ao servidor Melo, identificado como servidor e responsável pelo local, entregamos os medicamentos, onde montaram no espaço um local para atender de forma digna as pessoas que necessitavam de atendimento.
O Atendimento foi realizado ao longo do dia 14 de maio, durante todo o dia, onde foram levados mais remédios para atender a demanda oriundo das doações já citados acima, a diretora-presidente da Fundação Municipal de Saúde, Paula Suseli Silva, por volta das 14h, quando chegou ao local solicitou a parada dos atendimentos, o recolhimento de todos os medicamentos e a prisão dos profissionais que realizam o atendimento, todos eles com COREN e CRM.
Em contato com a secretaria de saúde do município de São Leopoldo, foi realizado uma reunião de emergência para com o secretário municipal de saúde, Júlio Dornelles, na qual ficou acertado a continuação dos atendimentos, o que deixou as pessoas que estavam necessitando de atendimento satisfeitos com a presença de médicos e enfermeiros, inclusive com uma equipe de plantão que ficaria num turno de 12 horas para atender alguma situação de emergência durante a fria madrugada do Rio Grande do Sul, chegando aos 7 graus.
Após tudo acordado e o trabalho realizado, o secretario Júlio Dorneles, rompeu o acordo após as 19h, dispensando o trabalho da equipe multidisciplinar sugerindo guardar os remédios, na qual eram muitos em poder do município, na qual foi negado pela equipe disciplinar.
Os medicamentos foram recolhidos e acomodados no local de apoio em Esteio para atender a demanda de outros amigos em suporte e apoio as pessoas que necessitam de todo o tipo de acolhimento, desde de remédios, roupas, calçados, fraldas e um palavra de carinho e conforto, em que quando as águas os baixarem retornarão para suas casas, voltando a ter suas atividades, conseguirem trabalhar, com as crianças indo retornar para creche e voltando para escola”.
O Jornal Razão busca contato com a prefeitura de São Leopoldo para esclarecer a denúncia e, até o momento, não obteve sucesso. O espaço está aberto para qualquer manifestação; diz o site.
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