Já vale no Brasil: apps governamentais ganham identificador próprio na Play Store
O Google atualizou um parâmetro da Play Store, que agora passa a exibir aplicativos governamentais com um identificador exclusivo. A medida foi originalmente anunciada em novembro, sendo oficializada agora – e ela já contempla os apps do governo brasileiro.
A medida vem no intuito de evitar golpes que usem a loja do Android como vetor de transmissão: não encontramos nenhuma estatística brasileira no assunto, mas nos EUA, órgãos oficiais afirmaram mais de 160 mil relatos de falsa identificação governamental em 2023, com algumas dessas instâncias vindo de aplicativos falsos com visual e design disfarçado para imitar os originais.
A novidade parece ter passado por uma distribuição mais rápida que o comum para a internet brasileira. Normalmente, as novidades do Google tendem a demorar até uma semana a partir de sua liberação nos EUA para chegar até nós. Este, no entanto, já se encontra disponível: ao acessar a página de qualquer app ligado ao funcionalismo público, uma etiqueta com a palavra “Governo” pode ser vista acima do botão de “Instalar”.
Curiosamente, a etiqueta some no caso de apps já instalados. No teste do site TudoCelular já estava com o app “Gov.Br” em um dispositivo pessoal, então é impossível dizer se a nova etiqueta é exclusiva para apps não instalados ou se ela ainda não chegou a todas as aplicações do governo federal.
De qualquer forma, ao clicar em “Governo”, uma janela se abre na tela do seu smartphone, indicando que aquela aplicação foi verificada pelo Google como uma identidade legítima ligada ao governo.
Mais além, a medida vale para qualquer esfera do governo: em nosso teste, encontramos a etiqueta no app oficial do Detran de São Paulo, mas também no app do FGTS, atrelado à parte federal, por exemplo
Apps falsos ainda são um problema de grande escala
O uso de aplicações falsas ainda traz muita dor de cabeça ao time de segurança do Google: por admissão da própria empresa, em 2023, mais de 2 milhões de apps maliciosos – ou seja, que engajavam em golpes como roubo de informações ou traziam algum tipo de malware – foram removidos da Play Store.
Isso também se estendeu à área governamental: em 2021, um alerta emitido pela Kaspersky informou sobre um alto número de apps que prometiam liberar acesso ao Auxílio Emergencial. Segundo o comunicado, “dezenas” desses apps eram falsos, e secretamente roubavam dados de quem os baixasse. Naquele ano, as restrições e dificuldades relacionadas à pandemia da COVID-19 ainda estavam em curso, então muitas pessoas buscavam os recursos liberados pelo governo para se sustentarem ao longo do isolamento.
A forma pela qual apps falsos entram em lojas oficiais é relativa: normalmente, isso é feito por volume – Google, Apple (App Store) e outras donas de lojas digitais afirmam que têm práticas robustas de moderação e revisão. No entanto, muitos apps tentam ingressar às lojas todo dia, então é natural que alguns acabam passando despercebidos.
Alguns detalhes, no entanto, denunciam a falsa identidade de um app: a primeira coisa a ser feita é consultar os reviews e opiniões em sua própria página – usuários que já o baixaram e sofreram algum tipo de prejuízo tendem a deixar comentários cheios de reclamações. Este é o primeiro indício.
Mais além, procure por erros gramaticais nas descrições e documentações de um app. Desenvolvedores idôneos tendem a revisar essa parte várias e várias vezes, então se algum erro parecer óbvio demais, duvide.
Finalmente, pesquisar a empresa responsável pelo desenvolvimento daquele app e verificar o número de downloads são duas medidas de ajuda: a primeira mostra um histórico daquele desenvolvedor e, com sorte, algum serviço externo de reclamações pode oferecer um conhecimento maior sobre ele. Já a segunda é mais prática: apps verdadeiros tendem a ter centenas de milhares, se não milhões de downloads. Qualquer volume menor que isso é motivo para dúvida.
*TudoCelular
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