Desde que Israel se retirou de Gaza em 2005, gastou bilhões de dólares para proteger sua fronteira contra ataques
Um dia que começou com sirenes de ataque aéreo soando no início da manhã se transformou na hora do almoço em um dos ataques mais terríveis que Israel conheceu nos 75 anos de sua existência. Os agressores do Grupo islâmico Hamas, classificado pelos Estados Unidos e pela União Europeia como grupo terrorista, mataram ao anoitecer centenas de pessoas e feriram outras centenas.
Embora Israel não seja estranho aos ataques terroristas, o ataque deste sábado (7) foi sem precedentes – sobretudo devido à falta de aviso. Os militares de Israel foram apanhados de surpresa no sábado, apesar de décadas em que o país se tornou uma potência tecnológica que ostenta uma das forças armadas mais impressionantes do mundo e uma agência de inteligência de primeira linha.
As perguntas para as autoridades israelenses são inúmeras. Já se passaram mais de 17 anos desde que um soldado israelense foi feito prisioneiro de guerra num ataque ao território do seu país. E Israel não viu este tipo de infiltração em bases militares, cidades e kibutzim desde os combates à cidade na guerra de 1948. Como pôde um grupo terrorista de um dos enclaves mais pobres do mundo conseguir lançar um ataque tão devastador?
“Todo o sistema falhou. Não é apenas um componente. É toda a arquitetura de defesa que evidentemente falhou em fornecer a defesa necessária aos civis israelenses”, disse Jonathan Conricus, antigo porta-voz internacional das Forças de Defesa de Israel.
“Este é um momento do tipo Pearl Harbor para Israel, que separa a linha do tempo entre antes e depois do ataque.”
As Forças de Defesa de Israel (FDI) evitaram repetidamente questões sobre se os eventos de sábado constituem uma falha de inteligência. O porta-voz militar, tenente-coronel Richard Hecht, disse à CNN que Israel estava focado na luta atual e na proteção de vidas de civis.
“Depois falaremos sobre o que aconteceu em termos de inteligência”, disse Hecht.
*CNN Brasil