Juíza diz que Mamãe Falei desrespeitou ucranianas e nega pedido de indenização contra Boulos

Deputado do PSOL disse que Arthur do Val ‘foi cassado porque foi assediar mulher em guerra lá na Ucrânia’; Justiça de São Paulo considerou que ex-parlamentar de fato as ‘importunou e menosprezou’

A Justiça de São Paulo negou pedido de indenização por danos morais movido pelo ex-deputado estadual Arthur do Val, o Mamãe Falei, contra o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP). O líder do MBL pedia retratação por Boulos ter afirmado que ele “foi cassado porque foi assediar mulher em guerra lá na Ucrânia”. A juíza Marcela Filus Coelho, da 1ª Vara da Juizado Especial Cível, negou o pedido de Mamãe Falei por entender que o assédio realmente ocorreu. “Fica claro que ele de fato desrespeitou as mulheres”, escreveu ela na sentença.


Na decisão, publicada na quarta-feira, 16, a juíza destaca trecho de áudio em que do Val diz que as mulheres ucranianas “são fáceis, porque elas são pobres”. O áudio foi gravado em 2022, quando o ex-parlamentar passou a semana de Carnaval na Ucrânia com a justificativa de acompanhar a guerra no país do Leste Europeu. Ele foi cassado em maio do ano passado, por quebra de decoro parlamentar, e tornou-se inelegível por 8 anos.


A respeito do áudio, a juíza escreve: “Ainda que o autor (Mamãe Falei) negue a prática de ato ofensivo, no áudio fica claro que ele de fato desrespeitou as mulheres. Ao dizer: ‘colei em duas minas’, as quais, segundo a sua opinião, são ‘fáceis’, revela que sua intenção era objetificá-las e menosprezá-las, até porque, também segundo a sua concepção, ‘elas são pobres’”.

O ex-deputado estadual Arthur do Val (DEM-SP) Foto: Divulgação/Alesp


Coelho afirma ainda na decisão que Boulos não acusou do Val de assédio sexual, como descrevia a petição inicial do líder do MBL. “O demandado (Boulos) aludiu apenas ao termo assédio, no sentido de insistência impertinente, fato que ocorreu. O demandante (Mamãe Falei), ao relatar que ‘colou’ nas ‘minas’ ‘fáceis’ e ‘pobres’, revela que lá esteve para importunar e menosprezar quem enfrenta uma guerra”, escreveu na sentença.


Outro ponto mencionado no pedido de indenização movido por Mamãe Falei diz respeito à fala de Boulos sobre a viagem ter sido paga com dinheiro público. A juíza pondera que, embora não tenham sido apresentadas provas de que as despesas de passagem e estadia foram pagas pelo erário, “não há, igualmente, demonstração de que não o foram”.


*Estadão 

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