Segundo ministro, petrolífera deve abandonar referência em moeda do exterior e passar a adotar como base o mercado interno; previsão de Silveira é que diesel caia até R$ 0,25
Alexandre Silveira é ministro de Minas e Energia do governo Lula — Foto: Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, confirmou nesta quarta-feira (5) que a política de preços dos combustíveis adotada pela Petrobras passará por mudanças. Desde 2016, o modelo tem como referência o chamado Preço por Paridade de Importação (PPI), baseado nos preços do exterior e influenciado pela cotação do barril de petróleo e pela oscilação do dólar. De acordo com ele, a nova política terá como base o mercado interno. Ele concedeu entrevista à GloboNews.
Seguindo linha de críticos ao PPI pelo alto valor do dólar, Silveira classificou o PPI como um "absurdo". "O tal PPI é um verdadeiro absurdo. Nós temos que ter o que eu tenho chamado de PCI, Preço de Competitividade Interno", disse. O ministro estimou que, com a mudança, o preço do litro do diesel poderá cair entre entre R$ 0,22 e R$ 0,25.
Silveira disse que a Petrobras já tem orientação para mudar as diretrizes que definem preços e que as alterações devem começar depois da próxima assembleia geral, marcada para o final deste mês de abril. A partir do momento citado, segundo ele, "o equilíbrio entre o conselho e a diretoria vai visar buscar a implementação dessa nova política de preço" baseada no mercado interno.
"A Petrobras vai continuar sendo respeitada na sua governança, vai continuar sendo respeitada na sua natureza jurídica. Mas nós vamos exigir da Petrobras, como controladores da Petrobras, que ela respeite o povo brasileiro. Que ela cumpra o que está nas Lei das Estatais e na Constituição Federal, sua função estatal, que é criar um colchão de amortecimento nessas crises internacionais de preço dos combustíveis", destacou.
O "colchão" é um mecanismo para amortecer o impacto de crises internacionais nos preços no Brasil. Segundo o ministro, o artifício não é garantia para resolver o problema de flutuações de forma definitiva. "Não vamos iludir ninguém, nós vamos estar sempre suscetíveis às questões da volatilidade internacional. Mas a Petrobras tem sim muito para poder contribuir com a questão social brasileira", frisou.
*O Tempo