Agente relatou que dupla o abordou e exigiu a motocicleta de luxo que ele conduzia
Policial militar de folga usou arma da corporação para reagir a tentativa de roubo de sua motocicleta - Reprodução
São Paulo
Um policial militar de folga matou a tiros um adolescente suspeito de tentar roubar sua motocicleta, na noite de sábado (18), na zona leste de São Paulo.
Em depoimento, o PM afirmou ter atirado 11 vezes com sua pistola pertencente a corporação na intenção de afastar uma dupla de assaltantes.
Conforme o boletim de ocorrência, o policial militar de 31 anos conduzia a moto BMW/S1000 RR pela rua Imbaçal, no bairro Parada XV de Novembro, quando foi abordado pelos ocupantes de uma outra moto.
Segundo relato da policial, os suspeitos mencionaram estar armados e exigiram a entrega da moto dizendo: "perdeu, perdeu, entrega se não vai morrer".
Em sua narrativa, o PM disse ter se rendido e entregado a moto. No entanto, instante depois, com o alegado o objetivo de se defender e defender a amiga que o acompanhava, sacou sua arma e atirou 11 vezes na direção dos assaltantes.
O condutor da moto, um adolescente de 16, foi atingido por ao menos dois tiros. Encaminhado pelo Corpo de Bombeiros ao pronto-socorro do Hospital Planalto, ele não resistiu aos ferimentos e morreu.
Em seu depoimento, o PM disse que o outro homem conseguiu fugir. A versão do policial foi semelhante à relatada por sua acompanhante aos investigadores.
A motocicleta usada pelos suspeitos havia sido roubada anteriormente, segundo registros da Polícia Civil.
O delegado Gilbor Miter Júnior, do 63º DP (Vila Jacuí), que assina o boletim de ocorrência, escreveu em uma parte do documento não ter vislumbrado excesso por parte do PM.
"Vale ressaltar que, sem prejuízo também de posterior análise diversa, não visualizo excesso por parte do policial militar, uma vez que, em casos que tais, é impossível precisar a quantidade exata e necessária de disparos para cessar a injusta agressão, ainda mais quando os indivíduos estão em fuga e possivelmente armados."
A ocorrência foi registrada como homicídio decorrente de oposição à intervenção policial e tentativa de roubo. A arma que o PM utilizava foi apreendida para passar por perícia.
Reportagem publicada neste mês pela Folha mostrou que policiais militares de folga mataram mais em janeiro deste ano do que no mesmo período de 2022. No estado, 13 pessoas foram assassinadas em 2023, contra 3 óbitos no ano anterior. Os dados foram publicados no Diário Oficial.
Já os casos de mortes envolvendo PMs em serviço se manteve estável em janeiro deste ano: 23, o mesmo verificado em janeiro de 2022.
A alta do número de vítimas mortas por policiais de folga foi puxada pela capital, que somou quase a metade das mortes: seis. No ano passado, também em janeiro, foram duas.
*Folha de S.Paulo
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