Shou Zi Chew está nos EUA para acompanhar a audiência no Congresso
Créditos: Reprodução/Morse News
O CEO do TikTok, Shou Zi Chew, postou um vídeo no perfil oficial da plataforma para alertar os usuários sobre a possibilidade de uma proibição iminente. O objetivo da campanha é mobilizar os usuários a defenderem o aplicativo antes da audiência no Congresso estadunidense que acontece nesta quinta-feira (23).
No vídeo de um minuto, Chew destaca alguns pontos que provavelmente serão abordados em sua audiência perante o Comitê de Energia e Comércio da Câmara dos Deputados. Entre eles, o fato de que o TikTok tem atualmente 150 milhões de usuários nos Estados Unidos, incluindo cinco milhões de empresas americanas de pequeno e médio porte. Além disso, a empresa conta com sete mil funcionários americanos, um grande salto em relação aos 1,4 mil funcionários que tinha em 2020.
Apesar dessas conquistas, Chew alerta para a possibilidade de uma proibição do aplicativo, que já vem sendo discutida há três anos. Ele pede aos usuários que deixem comentários no vídeo, compartilhando o que amam no TikTok e o que querem que seus representantes eleitos saibam.
"Agora isso pode tirar o TikTok de todos os 150 milhões de vocês", diz Chew no vídeo. Ele não pede diretamente que os usuários participem do processo democrático contatando seus congressistas locais, mas insinua que é importante que suas vozes sejam ouvidas.
A campanha do TikTok tem como objetivo combater a desconfiança em relação à propriedade chinesa do aplicativo, que tem sido objeto de preocupações de segurança nacional nos EUA. O governo dos EUA tentou proibir o aplicativo várias vezes, mas os tribunais até agora impediram sua implementação.
No entanto, a empresa enfrenta novas ameaças, uma vez que o governo Biden continua a avaliar a questão da segurança nacional em relação a aplicativos chineses, incluindo o TikTok.
Crise sem fim
O TikTok enfrenta uma guerra nos Estados Unidos desde que se tornou popular no país. Uma das primeiras medidas contra o aplicativo foi a proibição de uso em celulares do governo americano, em razão de preocupações com a segurança dos dados. A proibição foi seguida de projetos de lei no Congresso que tentavam banir o aplicativo de celulares em todo o país.
Além disso, o ex-presidente Donald Trump assinou uma ordem executiva que ameaçava banir o TikTok nos EUA, a menos que a empresa fosse vendida para uma empresa americana. A ordem foi bloqueada pela justiça, mas a pressão continua. Recentemente, um projeto de lei bipartidário foi apresentado no Senado que proibiria os funcionários do governo de usar o aplicativo em seus celulares.
O TikTok também tem enfrentado pressão das gigantes de tecnologia Apple e Google. A empresa chinesa ByteDance, dona do aplicativo, foi questionada sobre como coleta e armazena os dados dos usuários e sobre sua relação com o governo chinês. A pressão aumentou ainda mais com a pandemia da Covid-19, que fez com que as pessoas passassem mais tempo em aplicativos de redes sociais, incluindo o TikTok.
Fonte: The Verge/*via MC