Presidente russo afirmou que o país não vai cumprir sua parte no último tratado ainda em vigor com os Estados Unidos
Presidente russo Vladimir Putin Foto: EFE/EPA/PAVEL BEDNYAKOV/SPUTNIK/KREMLIN POOL
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, anunciou nesta terça-feira (21) a suspensão do cumprimento por parte de seu país do START III, ou Novo START, o último tratado de desarmamento nuclear ainda em vigor entre a Rússia e os Estados Unidos.
Putin ressaltou que “a Rússia não abandona, mas apenas suspende” o cumprimento do tratado sobre a redução de armamento estratégico ofensivo que expira em 2026, pelo que culpou os Estados Unidos.
- Se os EUA fizerem testes nucleares com um novo tipo de arma estratégica, a Rússia também fará testes (…). É claro que não seremos os primeiros a fazê-lo (…). Ninguém deve alimentar a perigosa ilusão de que a paridade estratégica global pode ser destruída – declarou.
O líder russo também fez questão de desvincular sua decisão do atual conflito na Ucrânia e do apoio do Ocidente a Kiev. Nesse sentido, ele tachou como “teatro do absurdo” a declaração em que a Otan exigia que a Rússia cumprisse o tratado, que inclui inspeções de suas instalações nucleares.
Em novembro de 2022, Rússia e EUA iriam retomar o diálogo estratégico no Cairo, mas Moscou decidiu adiá-lo indefinidamente devido à “falta de disposição” de Washington em levar em consideração as prioridades russas. Os Estados Unidos suspenderam o diálogo sobre controle de armas após a intervenção da Rússia na Ucrânia.
A Rússia, por sua vez, informou Washington em agosto do ano passado de sua decisão de proibir as inspeções in loco dos EUA de seu arsenal de armas nucleares, citando dificuldades em fazer o mesmo em território americano devido a sanções ocidentais sobre autorizações de sobrevoo e concessão de vistos a autoridades russas.
Em fevereiro de 2021, Putin e o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, estenderam por cinco anos o último tratado de desarmamento nuclear entre as duas potências, assinado em 2010. O Novo START inclui especificamente um sistema de inspeção de arsenais e reduziria o número de ogivas nucleares em 30%, para 1.550 por país.
*AE/*Pleno.news
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