O movimento de oração que passa de 120 horas ininterruptas é um dos principais assuntos na comunidade evangélica do Brasil
Jovens iniciaram um movimento de oração que já ultrapassa 120 horas Foto: Instagram @asburycollegian
Um dos assuntos mais comentados pelos evangélicos brasileiros, nas últimas 24 horas, é o culto ininterrupto que acontece desde a última quarta-feira (8) na capela da Universidade de Asbury, em Wilmore, Kentucky, nos Estados Unidos.
Líderes brasileiros, porém, comentam o movimento evitando usar a palavra “avivamento”. Para o entendimento de muitos, é cedo dizer que a mobilização se concretize como um avivamento dentro da visão teológica sobre o tema.
– Acho cedo e perigoso chamar de avivamento – escreveu o pastor Renato Vargens para sua coluna no Pleno.News.
O pastor Lipão, da Onda Dura, também evita usar a palavra. Para ele, esse rótulo não é necessário para falar sobre o que está acontecendo no país.
– Eu particularmente não me apresso e nem mesmo julgo necessário uma rotulação de avivamento, mas simplesmente me alegro, porque em uma nação onde grande parte das pessoas têm dificuldade de ficar uma hora em um culto semanal, ficar 100 horas já é algo glorioso.
O QUE É AVIVAMENTO?
A palavra avivamento significa literalmente renovação ou despertar. Para alguns, um grupo de cristãos orando e buscando a presença do Espírito Santo e renovação espiritual é um avivamento.
Para outros, para ganhar esse título, o movimento precisa gerar frutos como a mudança de atitudes, impactar a comunidade e, principalmente, convencer as pessoas sobre seus pecados e levá-las à santificação.
O reverendo Augustus Nicodemus Lopes, da Igreja Presbiteriana do Recife (PE), tem esse entendimento de que o avivamento produz a consciência de pecado e uma disposição para mudança de vida e de atitude.
– Como resultado dessa mudança espiritual profunda, operada soberanamente pelo Espírito de Deus, os cristãos reformam o seu comportamento, se tornam ousados e corajosos para falar do Evangelho, despertam de sua indiferença, rompem as fontes do pecado e fazem de Deus e do Evangelho o alvo principal de suas vidas. Crentes endurecidos no pecado são libertos, hábitos antigos são rompidos, uma nova vida desperta e irrompe dentro da igreja. Os efeitos disso são vistos em mudanças e reformas nas igrejas, com reflexos no mundo – ensina.
Segundo o pastor, o Antigo e Novo Testamentos também trazem histórias de avivamento, assim como a história das igrejas protestantes. Mas, como ele observa, esses movimentos trouxeram mudanças “em nações inteiras, mudando a cultura, influenciando a política, bem como as artes e a educação”.
– Avivamentos produziram igrejas fortes, uniram denominações que estavam separadas, deram início a movimentos missionários e ao trabalho de tradução da Bíblia. Avivamentos verdadeiros trazem arrependimento, confissão de pecados, mudança de vida, amor pelas Escrituras, apego às grandes doutrinas da Graça, paixão pelos perdidos, zelo missionário, coragem evangelística, tudo isso seguido da conversão de pecadores, de gente que era perseguidor da igreja, daqueles que eram endurecidos e cheios de ódio contra o Evangelho – pontua o líder religioso.
*Pleno.news