Notebooks, eletrodomésticos e outros produtos vendidos no marketplace da empresa tiveram seus preços alterados para valores muito acima do mercado
Caixas do Americanas Entrega (Imagem: Divulgação / Americanas)
Embora o pedido de recuperação judicial tenha acontecido nesta quinta-feira (19), a notícia já era esperada há alguns dias, desde quando a empresa entrou com um pedido de urgência cautelar para não ser cobrada por suas dívidas.
Segundo reportagem do Valor Econômico – que foi quem observou o aumento de preços no marketplace e confirmou a informação em grupos de mensagens em que estavam os próprios vendedores –, os lojistas demonstraram medo de terem seus créditos bloqueados, mediante a certeza que já tinham desse pedido.
Ainda que, tecnicamente, esse dinheiro não entrasse no processo, situações semelhantes, como foi o caso da Livraria Cultura, provaram que determinados recursos e brechas da lei podem fazer com que os créditos acabem sendo retidos.
Tendo em vista que, para esses vendedores, fechar sua conta em um marketplace nem sempre é um processo rápido de ser realizado, a medida mais eficaz para muitos deles foi aumentar o valor dos produtos. O que, segundo a reportagem, chegou a fazer com que um notebook aparecesse pelo valor de R$ 40 mil no app da Americanas.
Marketplace responde por mais da metade das vendas
Avião da Americanas (Imagem: Divulgação/Americanas)
Embora a Americanas tenha avisado aos lojistas que seguiria normalmente com as vendas, ao que tudo indica, o clima entre os vendedores está longe da tranquilidade.
Existente desde 2006, o marketplace da Americanas, segundo dados da própria empresa, conta hoje com mais de 49 milhões de clientes ativos e mais de 1 bilhão de visitas ao site.
Além disso, a plataforma representa 65% das vendas totais brutas da empresa. Um número bastante representativo, especialmente para uma companhia que atualmente deve um valor bilionário para 16.300 credores.
Americanas tem dívida de R$ 43 bilhões
Caso o pedido de recuperação judicial da Americanas seja aceito, a varejista precisa apresentar o seu plano em até 60 dias, tendo 180 dias livre de ser cobrada de suas dívidas, que somam R$ 43 bilhões.
Para que o plano seja aprovado é necessário que ao menos 50% dos credores concordem com o que foi proposto, caso contrário, a situação se torna ainda mais complicada, levando a chances reais de falência.
De acordo com a companhia, atualmente ela só tem R$ 250 milhões em caixa e promete divulgar a lista completa dos seus credores nas próximas 48 horas.
*TecnoBlog
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