Apesar da intensa repercussão após receber aval da Anvisa, o primeiro remédio contra Covid autorizado pela agência só deve chegar às farmácias em 2023.
Oficialmente, a Pfizer, fabricante do Paxlovid, garante que já está trabalhando para trazer o medicamento para o Brasil. No entanto, o próprio setor admite que a expectativa é mesmo para o próximo ano.
A RD-Raia Drogasil emitiu uma nota a respeito. “De acordo com informações da Anvisa e do fabricante, a prioridade de abastecimento do medicamento será dada ao SUS. A Droga Raia e a Drogasil têm a expectativa de ter o produto disponível para venda ao consumidor somente no início de 2023”.
Entidades setoriais também se mostram cautelosas e entendem que barreiras logísticas dificultam a chegada imediata do produto. “A gente tem uma expectativa muito grande de receber esse medicamento. Mas, tem que ver realmente qual o preço será praticado aqui e a disponibilidade dele. Estamos ansiosos porque a demanda vai existir, mas não temos ainda a novidade de quando ele vai chegar. Leva um tempo até pela logística. Difícil que seja ainda neste ano”, afirma Rony Anderson Rezende, vice-presidente do Sincofarma-MG, em entrevista ao jornal O Tempo.
Remédio contra Covid deve primeiro avançar na rede pública
A autorização da Anvisa vai ao encontro das percepções do mercado. Isso porque a agência prevê que o fabricante deve manter e priorizar o abastecimento para o programa do Sistema Único de Saúde (SUS).
A aprovação levou em consideração a venda do medicamento ao mercado privado em outros países com autoridades internacionais de referência, como Estados Unidos e Canadá. A medida também considerou o cenário epidemiológico atual, com a circulação das novas subvariantes da Ômicron e o aumento de casos da doença no país.
Segundo a diretora relatora da autarquia, Meiruze Freitas, a venda no mercado privado irá aumentar a facilidade de acesso ao tratamento da Covid-19, visto que o medicamento deve ser tomado dentro de cinco dias após o início dos sintomas. “O diagnóstico precoce e o tratamento ambulatorial, quando necessário, são importantes para evitar a progressão da doença para casos graves”, afirmou a diretora. Ela reiterou ainda que o tratamento não substitui a vacinação. “A vacinação continua sendo a melhor estratégia para evitar a Covid-19, as hospitalizações e os óbitos”, complementou.
Fonte: Redação Panorama Farmacêutico