Com planos de investir $220 bilhões em transição energética até 2026, a Alemanha é um dos países mais avançados na luta pela mudança de matriz no setor elétrico.
Os investimentos nas últimas duas décadas ultrapassam a cada dos trilhões de euros.
Boa parte da mudança, porém, ocorre com o uso de energética térmica para garantir sustentação, usando gás vindo da Rússia.
O uso de térmicas é considerado necessário uma vez que energia solar e eólica são consideradas “intermitentes”. O país utiliza as usinas termelétricas, movidas inclusive a carvão, como forma de garantir o suprimento de energia em horários onde as fontes alternativas não conseguem atuar.
A dependência do gás se dá pela facilidade de construir e operar usinas térmicas. Consideradas de investimento mais barato do que usinas como as nucleares.
Agora, em meio a guerra entre Rússia e Ucrânia e a diminuição do fornecimento de gás russo, o preço da eletricidade na Alemanha disparou.
De $42 dólares em junho de 2020, o Megawatt chega a custar hoje $306 dólares.
A alta de preço da eletricidade tem pressionado a inflação na Alemanha como um todo. O país enfrenta sua maior inflação desde 1980, com o índice de preços ao consumidor marcando 8,7%.
Inflação do produtor na Alemanha bate 30,9%, a maior desde 1949
O maior culpado no momento é o setor de energia, cujos preços subiram 84% e constituem parte relevante da cesta de consumo de indústrias.
O gás natural, importado da Rússia, teve alta de 144,2% em março de 2022.
A inflação ao produtor pressiona a inflação do consumidor na medida em que empresas buscam repassar seus custos, ainda assim, e apesar de estar no maior nível em 41 anos, a inflação ao consumidor na Alemanha, o equivalente ao nosso IPCA, está em 7,3%.
A Rússia responde por 46% das importações de energia da Alemanha, e o impacto das sanções tem pesado também na alta de commodities como carvão, formas rápidas de suprir a lacuna da diminuição ou incerteza das importações.
País com histórico de uma hiperinflação nos anos 20 e 30 do último século, a Alemanha pode ainda enfrentar fechamentos de fábricas em função da falta de energia, ou elevados custos operacionais.
A economia alemã que tinha previsto de crescer até 4% em 2022, ainda na recuperação da pandemia, agora deve ver o PIB subir algo próximo de 2%.
*Blocktrends
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