Com leucemia, o paciente recebeu um transplante de medula óssea de um doador com células resistentes ao vírus
O caso foi apresentado durante a conferência Aids 2022, em Montreal, no Canadá | Reprodução
Um homem de 66 anos, diagnosticado com HIV em 1988, está curado do vírus após receber um transplante de medula óssea para tratar de uma leucemia que desenvolveu há 3 anos, anunciou o hospital Ctry of Hope, de Duarte, na Califórnia, na 4ª feira (27.jul)
O caso foi apresentado durante a conferência Aids 2022, em Montreal, no Canadá. De acordo com o a equipe médica, o paciente recebeu o transplante de células-tronco no início de 2019 de um doador voluntário que tinha uma mutação genética rara que torna as pessoas resistentes à maioria das cepas de infecção pelo HIV. Além disso, o paciente foi capaz de receber um regime de quimioterapia pré-transplante menos intensivo que o City of Hope e outros programas de transplante desenvolveram para pacientes mais velhos e menos aptos a transplante.
O vírus da imunodeficiência humana (HIV) afeta o sistema imunológico do corpo e pode levar à Aids (síndrome da imunodeficiência adquirida), dificultando a defesa do corpo contra doenças.
Desde que se recuperou do procedimento, o paciente do City of Hope não mostrou nenhuma evidência de ter o vírus HIV replicante em seu corpo, seja em amostras de sangue ou tecidos, e está em remissão há mais de 17 meses após interromper a terapia antirretroviral (ART), com a aprovação do conselho de revisão institucional, em março de 2021. Segundo o hospital, ele poderia ter interrompido as terapias mais cedo, mas queria esperar até ser vacinado contra a covid-19, e continua sendo monitorado de forma contínua.
Ele é o quarto caso do tipo no mundo e o que conviveu com o HIV por mais tempo. Dois homens -- um americano e um inglês -- e uma mulher também se curaram do vírus após passarem por transplantes de medula óssea.
Ficamos entusiasmados em informá-lo que seu HIV está em remissão e que ele não precisa mais fazer terapia antirretroviral que estava em uso há mais de 30 anos
, disse Jana Dickter, professora clínica associada ao hospital na Divisão de Doenças infecciosas ao apresentar o caso na conferência.
Ele viu muitos de seus amigos morrerem de AIDS nos primeiros dias da doença e enfrentou tanto estigma quando foi diagnosticado com HIV em 1988. Mas agora ele pode comemorar esse marco médico.
*SBT News
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