Influência secular: nível de cristãos que veem a Bíblia como Palavra de Deus despenca

A forma como os cristãos veem a Bíblia Sagrada vem sofrendo influência da cultura secular e uma nova pesquisa realizada por uma famosa empresa do ramo, nos Estados Unidos, mostrou que apenas 20% da sociedade entende que as Escrituras sejam a Palavra de Deus literalmente.


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O Gallup, uma das empresas de pesquisa mais consolidadas dos EUA, revelou o relatório de um levantamento realizado em maio, com a entrevista de 1.007 adultos por telefone. A constatação é que menos da metade dos evangélicos e/ou cristãos convertidos acredita que a Bíblia deve ser lida literalmente.

O conceito de literalismo bíblico sustenta que “exceto em trechos onde o texto é obviamente alegórico, poético ou figurativo, deve ser tomado literalmente” como a Palavra de Deus.

Dentre os entrevistados que se identificaram como evangélicos ou cristãos convertidos, apenas 40% veem a Bíblia como a “verdadeira palavra de Deus”, enquanto 51% tende a compreender a Bíblia como a “palavra inspirada de Deus”, significando que os homens foram inspirados por Deus para escrever os livros que a compõem.

O Gallup aponta que, em geral, entre todos os adultos dos EUA, apenas 20% dizem que a Bíblia é a palavra literal de Deus, o que é o menor nível histórico de acordo com os pesquisadores. Em 2017, a última vez que a empresa de pesquisa perguntou aos americanos sobre suas opiniões sobre a Bíblia, 24% dos entrevistados a aceitaram como a palavra literal de Deus.

Outro sintoma da influência secular surge em outro dado: 29% dos norte-americanos entende que a Bíblia é uma coleção de “fábulas, lendas, história e preceitos morais registrados pelo homem”, o nível percentual mais alto já registrado nesse quesito.

“Isso marca a primeira vez que significativamente mais americanos veem a Bíblia como não divinamente inspirada do que como a palavra literal de Deus. A maior porcentagem, 49%, escolhe a alternativa do meio, aproximadamente em linha com os anos anteriores”, disse a Gallup.

De acordo com informações do portal The Christian Post, em 2015, pouco menos de 60% das igrejas evangélicas adotaram uma interpretação literal das Escrituras, indicaram dados de outra empresa de pesquisas, a Pew Research, dedicada a temas relacionados à religiosidade.

Em 2019, a Pew Research também constatou que cerca de 61% dos batistas do sul – a maior denominação dos EUA, que tende a expressar níveis mais altos de compromisso religioso do que os americanos em geral – aceitaram a Bíblia como a palavra literal de Deus.

Essa parcela superou a parcela daqueles que mantêm essa crença entre todos os adultos dos EUA, 31%, e entre outros grupos evangélicos, que caiu para 53%.

Os dados recentes do Gallup mostram que apenas 30% dos protestantes dizem que a Bíblia é literalmente verdadeira, enquanto apenas 15% dos católicos o fazem. Quase dois terços dos católicos veem a Bíblia como a palavra inspirada de Deus.

“Os americanos que se identificam como evangélicos ou cristãos convertidos são muito mais propensos do que outros a ver a Bíblia como literalmente verdadeira, embora mesmo entre esse grupo, a porcentagem que acredita em uma Bíblia literal seja bem inferior a 50%”, resumiu o relatório da 

*Gospel Mais 

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