Atualizada em 09/06/2022 às 09:45
Milhares de pessoas assinaram uma petição pedindo para beber uma espécie de “suco de múmia”, líquido vermelho encontrado dentro do maior sarcófago de Alexandria, no Egito, aberto recentemente. O abaixo-assinado foi criado no site Changes.org pelo usuário Innes Mck, e havia recebido quase 37 mil assinaturas até a conclusão dessa matéria, reunindo pessoas que supostamente desejam ingerir o misterioso líquido para assumir eventuais poderes das múmias: o tom da petição é de evidente humor.
Dentro do sarcófago foram encontradas três ossadas e o líquido vermelho
A descoberta do maior sarcófago já encontrado em Alexandria foi anunciada pelo Ministério de Antiguidades do Egito em julho do ano passado, com 2,65 metros de comprimento, 1,85 metro de altura e 1,65 metro de largura, e enterrado há mais de 5 metros de profundidade. A origem do líquido, porém, parece ser menos misteriosa, ancestral, poderosa e mesmo saborosa que se pensa: segundo Mostafa Waziry, líder do ministério, a água vermelha teria vindo de um esgoto próximo, que inundou o túmulo a partir de uma infiltração no revestimento de granito negro que cobre o sarcófago.
“Precisamos beber o líquido vermelho do maldito sarcófago escuro na forma de algum tipo de bebida energética carbonatada para que possamos assumir seus poderes e finalmente morrer”, diz o texto da petição, que reunia 36.729 assinaturas até o fechamento dessa matéria. Com o sucesso do abaixo-assinado, Innes Mck anunciou uma atualização no objetivo da bem-humorada petição: “Precisamos garantir que o suco de sarcófago seja, na verdade, arquivado e exibido perpetuamente em um museu ou parque temático. Protejam o líquido, não bebam!”, diz o texto.
As três caveiras encontradas no local: o líquido teria “estragado” a mumificação
“Tenham certeza de que continuarei a procurar por novas formas de trazer o fim dos tempos para todos possamos definitivamente morrer. Obrigado”, conclui a cômica atualização da petição. Junto ao “suco de múmia” descoberto no local, foram encontrados três esqueletos, provavelmente de soldados mortos em batalhas: em uma primeira avaliação, foram identificados ferimentos nas caveiras causadas por flechadas. A demora para realizar a abertura se deu pelo peso e a dimensão do sarcófago: com cerca de 30 toneladas ao todo, somente a tampa pesava 15 toneladas.
O sarcófago era todo em granito preto, e pesava 30 toneladas ao todo
O sarcófago data do período ptolomaico, dinastia da Macedônia que governou o Egito entre os anos 305 antes da era comum e 30 depois da era comum, e inicialmente se levantou a hipótese do local ser a morada final de algum nobre ou líder, até mesmo de Alexandre, O Grande, mas tal hipótese foi descartada após a abertura. “O sarcófago foi aberto, mas nós não fomos atingidos por nenhuma maldição”, brincou Waziry, diante da imprensa.
*Hypeness
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