Em discurso durante a Cúpula das Américas, na quinta-feira 9, o presidente da Argentina, Alberto Fernández, criticou diante de Joe Biden a decisão dos Estados Unidos de excluir do evento países do continente considerados autoritários. O argentino ainda aproveitou o palco para um protesto sobre as Ilhas Malvinas, território de que o país reclama soberania há décadas, mas que está em posse do Reino Unido.
O objetivo da Cúpula das Américas, em Los Angeles, é reunir os líderes do continente para discutir o fortalecimento da democracia na região. O governo dos EUA organiza a edição deste ano e não convidou a Nicarágua, a Venezuela nem Cuba, regimes com características autoritárias. Em reação, alguns países decidiram não participar do evento, como o México.
Na Cúpula das Américas de 2001, realizada no Canadá, os países do continente concordaram com a regra de exclusão de regimes que não respeitam princípios da democracia, de acordo com a Carta Democrática Interamericana, da qual todos são signatários.
Fernández e Biden tiveram um momento de confraternização na quinta-feira, junto a outros chefes de Estado. Mas, durante seu discurso, o argentino se virou ao anfitrião do evento para protestar sobre as ausências de cubanos, venezuelanos e nicaraguenses.
“Definitivamente, queríamos outra Cúpula das Américas. O silêncio dos ausentes nos interpela. Para que isso não se repita, gostaria de deixar registrado para o futuro que o fato de ser um país anfitrião da reunião não lhe concede a capacidade de impor o direito a admitir os países membros do continente”, declarou Fernández.
“O diálogo na diversidade é o melhor instrumento para promover a democracia, a modernização e a luta contra a desigualdade.”
Malvinas
Em seu discurso no evento em Los Angeles, Alberto Fernández também disse que a Argentina segue reivindicando seu direito de soberania pelas Ilhas Malvinas, por vias democráticas. O território no Atlântico Sul tem domínio britânico e foi alvo de guerra entre as duas nações em 1982, com vitória dos europeus — que se referem ao local como Ilhas Falkland.
Fernández ainda criticou o fato de a logomarca da Cúpula das Américas, com o continente norte-americano, não contar com as Ilhas Malvinas.
O mapa da reunião também não inclui a Terra do Fogo nem Fernando de Noronha, mas apresenta as oito ilhas havaianas, o ponto mais equidistante entre o continente norte-americano e o asiático.
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