Caso é encerrado após dois anos em que foram ouvidas 18 pessoas, analisados dados e feitas perícias
A Polícia Federal concluiu que não há elementos mínimos que comprovem a interferência do presidente Jair Bolsonaro (PL) na instituição. Em dois anos foram ouvidas 18 pessoas, analisados dados e feitas perícias. O inquérito apurou acusações feitas pelo ex-ministro da Justiça, Sergio Moro (Podemos), que que acusou Bolsonaro de interferir em investigações. Foi no mesmo período em que o presidente demitiu o então diretor-geral da corporação, Maurício Valeixo, escolhido por Moro, e tentou nomear Alexandre Ramagem, cuja indicação foi suspensa pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Segundo o relatório, todas as testemunhas ouvidas afirmaram não receber orientação ou pedidos de Bolsonaro para interferir ou influenciar em investigações conduzidas na Polícia Federal. O presidente foi investigado por crimes como falsidade ideológica, obstrução de justiça, corrupção passiva e prevaricação, que é quando o agente público atrasa ou deixa de cumprir uma obrigação oficial para atender a interesses próprios. Moro foi investigado por calúnia e difamação, além de denunciação caluniosa, mas esses crimes também foram descartados pela polícia.
Nas redes sociais, Moro, que é pré-candidato à presidência, questionou o documento produzido pela PF, que teria usado 150 páginas para dizer que não houve interferência do presidente na instituição. Segundo o ex-juiz, as quatro trocas de diretores da PF falariam mais alto que o documento. Já no inquérito sobre a prevaricação nas negociações da compra da vacina Covaxim, que também envolvem o presidente Jair Bolsonaro, a Procuradoria-geral da República (PGR) vai recorrer da decisão da ministra Rosa Weber, do STF, que rejeitou o pedido de arquivamento do caso. É a primeira vez que um ministro do supremo reverte solicitação desse tipo feita pela PGR em relação a Bolsonaro. Nesse caso, a PF também já havia descartado a prática de crimes do presidente.
*Com informações da repórter Katiuscia Sotomayor
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