Horário da novela das 21h perdeu 3 milhões de telespectadores em SP na comparação entre aquele sucesso e a atual ‘Um Lugar ao Sol’
A estreia de ‘Avenida Brasil’ completa uma década no dia 26. O primeiro capítulo da trama criada por João Emanuel Carneiro marcou 37 pontos. Começava ali uma trajetória espetacular.
O folhetim protagonizado pela heroína justiceira Rita/Nita (Débora Falabella) e a vilã de ‘tradicional família brasileira’ Carminha (Adriana Esteves) fez sucesso imediato.
O País parava diante da TV. Havia engajamento recorde nas redes sociais, com a geração ininterrupta de memes. Consolidou-se o hábito de assistir ao capítulo e, ao mesmo tempo, interagir com outros usuários, especialmente no Twitter.
Aquele “oi, oi, oi” do refrão do tema de abertura virou uma das hashtags mais populares e um código on-line para avisar que o novelão estava começando.
Os 179 capítulos de ‘Avenida Brasil’ renderam média de 38.7 pontos no Ibope. Desde então, a Globo não conseguiu o mesmo desempenho na faixa mais importante de sua teledramaturgia.
Hoje, vive a pior crise de sua história. A poucos dias do fim, ‘Um Lugar ao Sol’ registra média de 22.2 pontos, a mais baixa desde que a emissora se tornou líder no Ibope, em 1970.
Na comparação entre março de 2012 e agora, a faixa das 9 da noite do canal perdeu cerca de 3 milhões de telespectadores somente na região metropolitana de São Paulo, principal área de aferição de público do Ibope.
A Globo aposta todas as suas fichas em ‘Pantanal’, que estreia no dia 28, para reverter esse declínio no horário nobre. Apesar do otimismo em relação ao remake do histórico folhetim produzido pela TV Manchete em 1990, é improvável que repita os índices de ‘Avenida Brasil’.
A televisão vive outra realidade. Nessa década, a poderosa emissora carioca ganhou concorrentes de peso, especialmente as plataformas de streaming. Parte relevante dos noveleiros ‘traiu’ o canal e foi embora buscar séries, filmes e outros formatos de entretenimento.
Ainda que a Globo tenha encolhido numericamente na audiência, ainda mantém liderança confortável em relação às principais rivais, Record e SBT. Ciente da força crescente do mundo digital e do desinteresse das novas gerações pela velha TV aberta, investe pesado no ‘moderninho’ GloboPlay. Tem colhido bons resultados.