Pelo visto os investidores ainda não estão convencidos dos planos da Meta de apostar as suas fichas no metaverso. No início das negociações desta quinta-feira (3), as ações da empresa caíram mais de 20% após a divulgação do seu relatório fiscal referente ao quarto trimestre do ano passado.
Se a retração for mantida, a Meta pode perder um quinto de sua capitalização, ou seja, cerca de US$ 200 bilhões. Uma perda que marca o pior desempenho da empresa desde a sua entrada em Wall Street no ano de 2012. “Os resultados decepcionantes foram rápidos para estourar a bolha do metaverso”, comentou a analista de ações Laura Hoy.
“Os investidores estão começando a perceber que comprar suas ações (da Meta) não é mais um investimento em sua plataforma de anúncios”, acrescentou Flynn Zaiger, CEO de uma agência de mídia social. O que, até então, era considerado um dos pontos fortes da empresa.
Facebook, a rede social da Meta, registrou estagnação
O Facebook se manteve estável em número de usuários, muito por conta do desvio de foco da Meta, agora voltado a criação de produtos para o metaverso (um mundo onde as pessoas interagem por meio de avatares digitais utilizando dispositivos de realidade virtual e aumentada). Enquanto isso, rivais como o TikTok, da chinesa ByteDance, continuam ganhando força.
A ideia do metaverso também já despertou o interesse de uma série de projetos baseados em blockchain, que já competem entre si com suas próprias versões de mundos virtuais alimentados por criptomoedas. Sendo assim, a empresa indica que a ideia é seguir com o projeto com mais calma: “Esperamos ventos contrários contínuos, tanto pelo aumento da concorrência quanto pela mudança no engajamento”.
A guinada para o metaverso — que começou com a mudança do nome da empresa para Meta em outubro do ano passado — também já enfrenta resistência do governo americano, visto que a empresa não conseguiu impedir, por exemplo, o compartilhamento de ‘fake news’ em torno da pandemia e a influência da rede social nas eleições presidenciais de 2016 nos EUA.
Sobre a divisão Reality Labs, que fabrica óculos de realidade virtual, os gastos foram de mais de US$ 10 bilhões em 2021 (cinco vezes o que o Facebook pagou pela Oculus VR em 2014 e 10 vezes o que pagou pelo Instagram em 2012). Vale lembrar que esses produtos são fundamentais para a visão do metaverso de Mark Zuckerberg ganhar tração no futuro.
Os investimentos extras reduziram o lucro trimestral da companhia, que caiu 8% (US$ 10,3 bilhões) no último trimestre de 2021 frente ao ano anterior. Já a receita subiu 20% (US$ 33,7 bilhões) no mesmo período.
2022 começou ruim para as gigantes de tecnologia
Juntas, Meta, Amazon, Apple, Netflix e Alphabet, a dona do Google, já perderam US$ 400 bilhões em capitalização nas primeiras semanas de 2022., segundo a Reuters.
Outras ações também sofrem com quedas nesta quinta, incluindo Twitter, Pinterest e Spotify, que se envolveu recentemente em uma polêmica sobre vacinação contra Covid-19.
*Olhar Digital
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