SP: Dois casos de nova variante do coronavírus são detectados
Variante foi detectada pro pesquisadores do laboratório de diagnóstico Dasa
Pesquisadores do laboratório de diagnóstico Dasa confirmaram, nesta quinta-feira (31), a identificação de dois casos em São Paulo da nova variante do coronavírus. Trata-se da cepa B.1.1.7, a mesma detectada no Reino Unido e em diversos países do mundo.
A nova mutação foi detectada pela primeira vez no sudeste da Inglaterra em setembro e está rapidamente se tornando a cepa dominante em Londres e outras regiões do país. Especialistas disseram que não parece mais mortal ou mais resistente às vacinas. No entanto, ela é 56% mais contagiosa.
A confirmação da cepa em dois pacientes foi feita por meio de sequenciamento genético realizado em parceria com o Instituto de Medicina Tropical da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (IMT-FMUSP).
– O sequenciamento confirmou que a nova cepa do vírus chegou ao Brasil, como estamos observando em outros países. Dado seu alto poder de transmissão esse resultado reforça a importância da quarentena, e de manter o isolamento de 10 dias, especialmente para quem estiver vindo ou acabado de chegar da Europa – informou Ester Sabino, pesquisadora do IMT-FMUSP.
A mutação não é mais letal do que outras cepas dominantes, mas pode ser mais transmissível. No Reino Unido, ela já representa mais de 50% dos novos casos diagnosticados, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS).
– A prevenção ainda é o método mais eficaz para barrar a propagação do vírus: lavar as mãos, intensificar o distanciamento físico, usar máscaras e deixar os ambientes sempre ventilados. Apesar das festas de fim de ano e das férias que se aproximam, é imperativo reforçar os cuidados – explicou o diretor médico da Dasa, Gustavo Campana.
O laboratório informou por meio de nota que o estudo para descoberta desta cepa foi iniciado em meados de dezembro, quando o Reino Unido publicou as primeiras informações científicas sobre a variante, que se caracteriza por apresentar grande número de mutações, oito delas ocorrendo na proteína da espícula viral (spike). Foram analisadas 400 amostras de RT-PCR de saliva e duas amostras apresentaram a linhagem B.1.1.7.
– A spike é a proteína que o vírus usa para se ligar à célula humana e, portanto, alterações nela podem tornar o vírus mais infeccioso. Os cientistas ingleses acreditam que seja esta a base de sua maior transmissibilidade – explicou o virologista da Dasa, José Eduardo Levi.
Números de São Paulo
O Estado de São Paulo contabilizou nesta quinta-feira 46.717 mortes e 1.462.297 casos confirmados de Covid-19. Em 24 horas, foram registrados 240 óbitos e 10.219 casos.
A taxa de ocupação de leitos de UTI é de 61,3% no Estado e de 65% na Grande São Paulo. De acordo com o balanço da Secretaria Estadual da Saúde, 10.821 pacientes estão internados pela Covid-19, sendo 4.790 em leitos de unidades de terapia intensiva. Ainda segundo os dados, 1.287.986 pessoas já se recuperaram da doença.
*Estadão
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