Morto após tomar vacina pode ter sofrido alterações neurológicas graves; Entenda
O laudo do IML sobre a morte do voluntário de 32 anos que participava dos testes da vacina chinesa apontou suicídio como causa da morte. A Anvisa ainda aguarda o laudo que descarte relação de causalidade entre a morte e o teste com a vacina. Apesar disso, o governador de SP quer continuar testes mesmo sem confirmação. Mas quais são as possibilidades de a vacina chinesa estar ainda por trás desse acontecimento misterioso?
Diversos estudos já apontaram associações entre vacinas da gripe e danos cerebrais. O próprio coronavírus, conforme noticiado amplamente, pode ultrapassar a barreira cefálica. Mas será que vacinas podem causar alterações cerebrais a ponto de provocar danos psíquicos graves que levem ao suicídio?
De acordo com estudos de ondas cerebrais, essa é uma probabilidade. Segundo estudos, alterações neurológicas podem ser causadas por inflamações geradas por vacinas da gripe ou da febre tifóide, como já foi registrado no passado e foi objeto de pesquisas. A inflamação é uma reação do sistema imunológico. Uma família de proteínas chamadas citocinas é responsável por desencadear a inflamação no corpo e mudar o cérebro para o “modo de doença”, pondo o corpo inteiro em alerta.
De acordo com um artigo publicado no jornal The Guardian, foi demonstrado que as citocinas e a inflamação aumentam rapidamente durante os episódios depressivos e em pessoas com transtorno bipolar. Mas pessoas saudáveis também podem ficar temporariamente em estado de depressão e ansiedade quando recebem uma vacina que causa um aumento na inflamação. Estudos de imagens cerebrais de pessoas injetadas com uma vacina contra a febre tifóide descobriram que isso pode ser devido a mudanças nas partes do cérebro que processam recompensas e punições.
Não são poucos os estudos que relacionam alterações neurológicas ligadas à depressão com vacinas da gripe. Um deles é o estudo intitulado Flu Vaccine in the Body, Flu in the Mind (vacina da gripe no corpo, gripe na mente), de Marisa Toups, psiquiatra da UT Austin Dell Medical School, entidade especializada no estudo da interação entre as funções físicas e mentais. O trabalho busca compreender as relações das doenças, em especial dos distúrbios inflamatórios crônicos, com o humor. A pesquisadora também tem uma vasta experiência na condução de ensaios clínicos para desenvolver novas maneiras de avaliar e tratar a depressão.
“Fizemos um estudo para saber se as pessoas com depressão têm maior probabilidade de se sentir mal depois de tomarem a vacina contra a gripe e descobrimos que sim”, escreveu Toups em seu ensaio.
Governo de São Paulo quer manter testes mesmo assim
Na coletiva de imprensa desta terça-feira (10), o coordenador executivo do Comitê de Contingência do Coronavírus em São Paulo, João Gabbardo, disse ser injusta a penalidade imposta pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que decidiu na segunda-feira (9) suspender os testes clínicos com a vacina Coronavac por, segundo o órgão regulador, a mesma apresentar efeito adverso grave em um voluntário.
O governador de São Paulo, João Dória, comprou 120 mil doses da vacina chines, fruto de parceria que mantém desde 2019 com o governo chinês. Por conta disso, Dória vem travando uma guerra política com o governo federal e, agora, com a Anvisa.
Em coletiva de imprensa realizada na tarde desta terça-feira (10), a Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa) afirmou que não havia recebido a informação de que o evento adverso que a levou a interromper os testes da vacina CoronaVac se tratava de suicídio.
“Quando essa decisão foi tomada [de suspender os estudos] qual era a informação que tínhamos: efeito adverso grave não esperado. E para todo instituto e todo centro de estudo e todo profissional que trabalha com estudo clínico é sabido que diante de uma situação como essa ocorre a suspensão do estudo. Por outro lado, diante de um efeito adverso grave esperado, segue o estudo”, disse Alessandra Bastos, diretora da Anvisa.
Fonte: Estudos Nacionais
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