PIB do Brasil aponta recuperação da economia no 3º trimestre, avalia Safra

Especialistas em macroeconomia do Banco projetam crescimento de 5% para o 3° trimestre e contratação de 5,5% no ano.

1 de 1 A expectativa é de recuperação econômica no terceiro trimestre do ano. No ano, a previsão do Safra é de uma contração do PIB em 5,5% — Foto: iStock

A expectativa é de recuperação econômica no terceiro trimestre do ano. No ano, a previsão do Safra é de uma contração do PIB em 5,5% — Foto: iStock

A expectativa é de uma recuperação econômica neste terceiro trimestre do ano, mesmo com todos os impactos da pandemia, e isso foi reforçado pelo PIB do segundo trimestre, aponta análise dos especialistas do Safra. Eles reforçam que há indicadores exibindo recuperação mais rápida da atividade do que previam os economistas.

Após a divulgação dos dados da atividade econômica pelo IBGE, as projeções da equipe de macroeconomia do Safra apontam uma posição mais confortável com a expectativa de recuperação entre julho e setembro, quando deve haver crescimento de 5% do PIB, segundo os analistas. No ano, a previsão do Banco é de uma contração de 5,5%. Para 2021, a projeção é de avanço de 4%.

Como o mercado esperava, os dados do IBGE confirmaram a maior contração da economia da história, no período mais crítico da pandemia no País, com queda de 9,7%, na comparação do segundo com o primeiro trimestre do ano, após ajuste sazonal. A expectativa do Safra era de queda menor, de 8,7%.

Apesar disso, os analistas destacam que os indicadores mais recentes da atividade econômica sugerem uma recuperação mais veloz do que os economistas previam, especialmente nos segmentos de indústria, varejo e, em menor grau, nos serviços. Eles ressaltam que esses são dados do segundo trimestre, o momento de maior restrição da economia por conta da crise.

A equipe do Safra reforça ainda que, pelo menos em um primeiro momento, não há escassez adicional de renda na economia local, por conta da crise provocada pela Covid-19. Isso porque a massa ampliada disponível na economia brasileira está maior neste ano do que em 2019, fundamentalmente por conta do auxílio emergencial, que já teria injetado mais de R$ 200 bilhões na economia, segundo dados do governo federal.

A queda no consumo, então, teria ligação com a população aumentar suas reservas de recursos por precaução durante a pandemia. Por consequência, mesmo que uma parte desse capital mantenha-se em poupança ou aplicado em investimentos, um percentual relevante deve converter-se em consumo, com a flexibilização das medidas de distanciamento social. Isso leva a mais perspectivas positivas para o atual terceiro trimestre.

Mesmo assim, os especialistas em macroeconomia do Safra lembram que, em meio aos estímulos econômicos, a situação do mercado de trabalho será chave para avaliar a velocidade de crescimento da economia doméstica após a crise. Embora os analistas tenham uma visão construtiva em relação ao emprego, ele ainda esboça pouca recuperação.

PIB do segundo trimestre

O setor agropecuário foi o único a registrar crescimento, de 0,4%, no segundo trimestre, na comparação com o primeiro. Na indústria, o impacto foi maior, com queda de 12,3% em comparação com o período anterior. Em serviços, setor que representa mais de 60% do PIB brasileiro, a queda foi de 9,7% na comparação do segundo com o primeiro trimestre.

Para os analistas do Safra, apesar dos números negativos, a composição de queda aponta para um cenário de recuperação mais veloz ainda no terceiro trimestre. Como justificativa, as categorias com recuperação mais rápida foram as que surpreenderam positivamente, nos dados mais recentes; enquanto as categorias que demandam maior preocupação, classificadas de "Outros serviços", recuaram menos do que o esperado.

Fonte: Valor