Brasil cria 99.232 empregos em novembro de 2019, o melhor resultado para o mês desde 2010

No acumulado de janeiro a novembro, as contratações com carteira assinada somaram 948.344 , segundo dados do Caged


Desempenho do emprego formal em 2019 deverá ser melhor do que o registrado em 2018 Foto: Agência O Globo
Desempenho do emprego formal em 2019 deverá ser melhor do que o registrado em 2018 Foto: Agência O Globo

BRASÍLIA - O mercado formal de trabalho registrou a geração líquida (admissões menos demissões) de 99.232 empregos em novembro. Foi o oitavo mês consecutivo de criação de novas vagas com carteira assinada e o melhor resultado para novembro desde 2010, quando foram criados 138.247 empregos. No mesmo período do ano passado, foram abertos 58.664 postos.

Entre janeiro e novembro, as contratações com carteira assinada somaram 948.344 , segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados pelo Ministério da Economia nesta quinta-feira. No acumulado até outubro, haviam sido criados 841.589 novos empregos com carteira assinada no Brasil.
Os empregos com carteira assinada em novembro foram puxados pelo comércio, que respondeu por saldo positivo de 106.834 contratações, sobretudo no segmento varejista.
O setor de serviços também  apresentou resultado positivo de 44.287 postos.  Já outros setores importantes da economia, como a indústria de transformação fechou 24.815 vagas.
Na agropecuária, foram eliminados 19.161 empregos e na construção civil, outros 7.390. Entre os estados que mais contrataram estão São Paulo, com 23.140 postos, seguido por Rio de Janeiro, com saldo positivo de 16.922 e Rio Grande do Sul, com 12.257.
Mas o resultado consolidado do ano deverá ser menor porque os meses de dezembro apresentam, tradicionalmente, saldos negativos devido aos desligamentos dos trabalhadores temporários contratados para as festas de fim de ano.

Contudo, diante da recuperação da atividade econômica, o desempenho do emprego formal em 2019 deverá ser melhor do que o registrado em 2018, que foi de 540.974 postos.

Resultado acima do esperado

O desempenho do emprego formal em novembro ficou acima da expectativa do mercado:
- Foi um bom resultado. O melhor dos últimos nove anos - disse Rodolfo Torelly, do site Trabalho Hoje, acrescentando que os saldos negativos na indústria, construção civil e agropecuária já são esperados nesta época do ano.
Para Torelly, o mercado formal de trabalho deverá fechar 2019 com a geração líquida de cerca de 700 mil empregos.  Este será o segundo ano consecutivo de criação de vagas, após três anos seguidos de retração.
Já as expectativas sobre o comportamento do emprego são positivas para 2020 - o que pode ajudar a reduzir a taxa de desemprego.
- Mantido o ritmo atual, 2020 deverá superar um milhão de empregos - mencionou Torelly.
Apesar de apresentar o melhor desempenho dos  últimos nove anos,  o ano de 2019 será apenas um pouco melhor para os trabalhadores em relação ao ano passado.  Com as demissões já esperadas em dezembro, o saldo consolidado deverá ficar entre 600 mil e 700 mil vagas, na visão do governo e de analistas. Em 2018, foram criados 540.974, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).  

Ao comentar o resultado do Caged no Twitter, o secretário de Previdência e Trabalho, Rogério Marinho, disse esperar um aumento de 20% sobre o resultado obtido em 2018 - o que totalizaria 649 mil empregos.

" Foram criados de janeiro a novembro 948.344 empregos com carteira assinada. Em dezembro, pela sazonalidade, as demissões costumam superar as contratações. Mesmo assim, estimamos que o resultado de 2019 será de pelo menos 20% maior que o do ano passado", disse Marinho.

O professor do Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), João Saboia,  aposta que a criação de empregos este ano ficará entre 600 mil 700 mil em 2019. O dado consolidado do ano será divulgado em  janeiro.

Embora avalie que os efeitos do início da retomada da atividade econômica estejam chegando no mercado de trabalho, que reage de forma defasada, Saboia diz que ainda é cedo para fazer uma projeção para 2020. A tendência, disse, é que seja melhor do que este ano.

- Precisamos aguardar os próximos  meses - destacou.

Para os especialistas, o resultado do emprego no mês passado tem relação com os saques do FGTS, com a queda consolidada nos juros e aumento do acesso ao crédito. A pesquisadora do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Maria Andreia Parente, lembrou que as pesquisas do IBGE já têm apontado melhora nos indicadores do comércio e serviços - os dois setores que puxaram os empregos com carteira assinada em novembro.

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