Pré-candidatos comentam pesquisa Datafolha
Depois da divulgação dos resultados da nova pesquisa
Datafolha com cenários para a corrida presidencial de outubro deste ano,
neste domingo (15), os pré-candidatos à Presidência da República comentaram
seus desempenhos junto ao eleitorado.
Empatada com o deputado federal Jair Bolsonaro (PSL-RJ) na
liderança dos cenários eleitorais sem a presença do ex-presidente Luiz Inácio
Lula da Silva (PT), a ex-ministra Marina Silva (Rede) diz estar
preocupada com o “risco de extrema polarização”. Por meio de nota, Marina destaca
que possui interesse pelo debate e não com embate, numa referência a Bolsonaro.
Considerando os cenários em que Lula, preso em Curitiba, não aparece entre os
candidatos, a pré-candidata da Rede varia entre 15% e 16% das intenções de
voto; Jair Bolsonaro tem 17%.
O ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB), que
varia entre 7% e 8% na pesquisa, declarou por meio de um comunicado que está
otimista com o início de sua pré-campanha, mas considera os cenários ainda
incipientes. Na sua opinião, o eleitor começará a definir seu voto apenas a
partir de agosto. “Pesquisas são retratos do momento e o momento é de
completa indefinição”, ponderou.
Presidente do PSDB, Alckmin também questiona a distinção
entre a pesquisa mais recente do Datafolha e o levantamento anterior do
instituto de pesquisas, realizado no final de janeiro. O tucano acredita que os
números apurados na nova pesquisa “não permitem inferir qualquer tipo de
evolução”.
O presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, disse estar
satisfeito com o desempenho do ex-ministro Ciro Gomes, pré-candidato da
legenda. No cenário em que Lula não participaria da disputa, Ciro conta com 9%
das intenções de voto, empatado com Geraldo Alckmin e com o ex-ministro do
Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa (PSB). “O resultado está bom.
Está dentro do que a gente havia previsto. Agora é avançar”, resumiu.
Lupi, no entanto, não esconde sua preocupação com a
persistência da intenção de votos de Jair Bolsonaro. Ele afirma que, num
primeiro momento, acreditava que o maior adversário de Ciro Gomes seria o
tucano. “Imaginávamos que haveria uma queda de Bolsonaro”, disse. “Mas hoje eu
não sei. Ele está conseguindo se manter. Seu eleitorado acredita que a solução
da violência é a pena de morte. É algo muito preocupante”, diz Carlos Lupi.
Para o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, Joaquim
Barbosa teve um desempenho abaixo do potencial esperado pelo partido.
Recém-filiado ao PSB, Barbosa oscilou entre 9% e 10% das intenções de voto nos
cenários sem Lula. “Acho que o resultado foi aquém do que o potencial que
de fato ele (Barbosa) tem. O que acontece com o ministro Joaquim é que muitas
pessoas não lembram o nome. Quando você mostra a fotografia, a pessoa lembra”,
afirma Siqueira.
O dirigente ponderou, contudo, que o resultado foi
“excelente”, quando se leva em conta que Joaquim Barbosa sequer anunciou
oficialmente a pré-candidatura ao Palácio do Planalto.
Pré-candidato à Presidência pelo DEM, o presidente da
Câmara, Rodrigo Maia (RJ), afirmou que a pesquisa não traz nenhuma surpresa.
Para ele, o levantamento só comprova o que o meio político já esperava: que a
indefinição sobre a disputa presidencial aumenta com a ausência do
ex-presidente Lula no pleito. “Nenhuma surpresa. Sem Lula, a indefinição
aumenta”, afirmou Maia, que marcou 1% das intenções de voto em todos os
cenários testados pelo instituto de pesquisas. ,
O presidente da Câmara também comentou os números atingidos
por Joaquim Barbosa na pesquisa e declarou que não esperava um desempenho
melhor do ex-ministro do Supremo. “A expectativa de muitos era Joaquim
Barbosa com 15%, 20%. Eu não esperava. Achava que ele viria entre 8% e 10%
mesmo”, disse o parlamentar.
Assim como Rodrigo Maia, o ex-ministro da Fazenda Henrique
Meirelles, virtual candidato do MDB, afirmou que a pesquisa Datafolha veio
“dentro do esperado”. Na avaliação dele, que também continuou com 1% das
intenções de votos no melhor dos cenários, somente pré-candidatos que enfrentam
acusações e outros problemas tendem a oscilar nas pesquisas durante a
pré-campanha.
“No meu caso, o mais importante agora são as pesquisas
qualitativas que mostram que eleitores que têm acesso ao meu histórico reagem
positivamente em sua grande maioria”, acrescentou o ex-ministro.
A pré-candidata pelo PCdoB e deputada estadual do Rio Grande
do Sul, Manuela D’Ávila, usou sua conta no Facebook para comemorar o resultado
da pesquisa Datafolha, divulgada na madrugada deste domingo, e reforçou o
pedido de ajuda aos internautas que militam em prol da sua candidatura para avançar
na campanha através das redes sociais.
“Chegar em abril com 3% de intenção de voto, com uma pré
campanha sem estrutura, com a comunicação via internet no estilo Glauber Rocha
(um celular na mão e um monte de ideias para o Brasil na cabeça) é um motivo de
muita alegria”, afirmou há pouco na publicação.
Também pré-candidato à sucessão de Michel Temer, o
empresário Flávio Rocha (PRB) acredita que o alto patamar de eleitores que
declararam o voto em branco ou nulo na pesquisa Datafolha abre uma lacuna para a
expansão de seu projeto de campanha. Para Rocha, a conquista deste eleitorado
ainda indeciso o levará até o segundo turno. “Isso nos deixa muito
confiantes. Este grande porcentual de eleitores que não sabem onde votar
significa que eles estão a procura de um projeto que, para eles, ainda não
existe. Mas nós temos esse projeto e faremos com que ele seja conhecido através
de um vasto esforço de comunicação”.
A nova pesquisa Datafolha, foi realizada entre quarta 11, e
sexta-feira 13, teve como base 4.194 entrevistas em 227 municípios. A margem de
erro é de 2 pontos porcentuais para mais ou para menos e o nível de confiança é
de 95%.
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