Com Leandro Karnal, Pedro Bial Inicia Conversa Sobre "Jeitinho Brasileiro"
"Será que a grande corrupção começa nas nossas pequenas corrupções de cada dia?", questiona Pedro Bial.
O professor Leandro Karnal, o comediante Welder Rodrigues e o neurocientista Jorge Moll tentaram responder a isso no programa Conversa com Bial.
Destaco alguns trechos:
"Todas as pessoas que apontam o dedo para a grande corrupção esquecem que há uma cadeia causal que vem da pequena corrupção (...) Não existe um país no mundo que seja ético e o governo seja corrupto. E não existe país no mundo em que o governo seja ético e a nação seja corrupta. Sempre há uma relação de causa e efeito entre as coisas. É claro que a grande corrupção política é a pior de todas, porque ela tira dinheiro do sistema de saúde, ela mata pessoas. Mas a pequena corrupção cotidiana também é grave” (Leandro Karnal)
“A gente é um ‘país-bebê’. E a gente passa por processos que um ‘país-bebê’ passa. Estou muito feliz de ver o que está acontecendo: eu nunca achei que ia ver o presidente de uma empreiteira preso. Nunca. E ele está lá. É um começo.” (Welder Rodrigues)
"Eu sou otimista, e meu otimismo nasce porque o que está aparecendo é fruto do Estado de Direito, do Estado Democrático. Porque nas ditaduras, que são notavelmente corruptas (o país mais corrupto do mundo é a Coreia do Norte, uma ditadura brutal), a corrupção não aparece. No Estado de Direito ela aparece. Então, a gente tem essa sensação de que a democracia é mais corrupta que a ditadura." (Leandro Karnal)
“A maior parte do mal da humanidade não é perpetrada por psicopatas; é perpetrada por pessoas normais que começam com as pequenas violações, com os pequenos crimes. E aquilo, em geral, vai tomando uma espiral negativa, uma espiral dantesca. O indivíduo vai achando que aquilo é cada vez mais normal. (...) E a impunidade é uma grande força motriz disso. O cérebro é uma estrutura altamente adaptativa. A gente faz alguma coisa para o nosso bem, que nos beneficia, mas que causa mal ao outro: se você não tem nenhuma consequência negativa, a tendência natural é reforçar aquele comportamento. (...) Numa sociedade doente, como a nossa, você tem um processo onde as essas violações são tão frequentes, que há uma ‘dessensibilização’ desses processos morais.” (Jorge Moll)
Programa completo está no link https://globoplay.globo.com/v/5962303/
O professor Leandro Karnal, o comediante Welder Rodrigues e o neurocientista Jorge Moll tentaram responder a isso no programa Conversa com Bial.
Destaco alguns trechos:
"Todas as pessoas que apontam o dedo para a grande corrupção esquecem que há uma cadeia causal que vem da pequena corrupção (...) Não existe um país no mundo que seja ético e o governo seja corrupto. E não existe país no mundo em que o governo seja ético e a nação seja corrupta. Sempre há uma relação de causa e efeito entre as coisas. É claro que a grande corrupção política é a pior de todas, porque ela tira dinheiro do sistema de saúde, ela mata pessoas. Mas a pequena corrupção cotidiana também é grave” (Leandro Karnal)
“A gente é um ‘país-bebê’. E a gente passa por processos que um ‘país-bebê’ passa. Estou muito feliz de ver o que está acontecendo: eu nunca achei que ia ver o presidente de uma empreiteira preso. Nunca. E ele está lá. É um começo.” (Welder Rodrigues)
"Eu sou otimista, e meu otimismo nasce porque o que está aparecendo é fruto do Estado de Direito, do Estado Democrático. Porque nas ditaduras, que são notavelmente corruptas (o país mais corrupto do mundo é a Coreia do Norte, uma ditadura brutal), a corrupção não aparece. No Estado de Direito ela aparece. Então, a gente tem essa sensação de que a democracia é mais corrupta que a ditadura." (Leandro Karnal)
“A maior parte do mal da humanidade não é perpetrada por psicopatas; é perpetrada por pessoas normais que começam com as pequenas violações, com os pequenos crimes. E aquilo, em geral, vai tomando uma espiral negativa, uma espiral dantesca. O indivíduo vai achando que aquilo é cada vez mais normal. (...) E a impunidade é uma grande força motriz disso. O cérebro é uma estrutura altamente adaptativa. A gente faz alguma coisa para o nosso bem, que nos beneficia, mas que causa mal ao outro: se você não tem nenhuma consequência negativa, a tendência natural é reforçar aquele comportamento. (...) Numa sociedade doente, como a nossa, você tem um processo onde as essas violações são tão frequentes, que há uma ‘dessensibilização’ desses processos morais.” (Jorge Moll)
Programa completo está no link https://globoplay.globo.com/v/5962303/
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