BRASIL
Jovem acusado de roubar bicicleta passará por nove sessões para remover completamente a tatuagem na testa. Promotora descartou crime de tortura no caso. Mãe do adolescente rebateu: "Se fosse filho de rico seria tortura. Mas como é filho de pobre..."
O jovem de 17 anos que teve a testa marcada com a frase “eu sou ladrão e vacilão” iniciou o processo de remoção da tatuagem. Quase um mês depois da ocorrência em São Bernardo do Campo, ele segue internado para tratamento da dependência em crack e álcool.
O procedimento ocorre com o auxílio de um laser que faz com que a tinta seja absorvida pelo organismo. Com uma sessão por mês, a expectativa é de que até março de 2018 a tatuagem desapareça de vez.
Na última semana, a Promotora de Justiça Giovana Ortolano Guerreiro Garcia descartou crime de tortura no caso. Ao saber da decisão, a mãe do adolescente se disse chocada.
“Estou chocada, é muito fácil dizer que não é tortura para filho de pobre. Se fosse filho de rico seria tortura. Aquilo foi tortura, eles amarraram o meu filho, bateram no meu filho. Se os dois saírem na cadeia em pouco tempo nós vamos atrás de Justiça. Não vamos fazer Justiça com as próprias mãos, não é isso que queremos, mas vamos querer que a Justiça trabalhe direito”, desabafou Vania Rocha.
“Meu filho não estava certo, mas os dois agiram de maneira mais errada ainda. Infelizmente eu tenho dó da família deles, eu não tenho coração ruim como muita gente acha. Eu penso na família deles também, sei que eles estão sofrendo, mas meu filho vai carregar uma marca na testa para sempre”, afirmou Vania.
Entenda o caso
Maycon Wesley Carvalho dos Reis, 27, e Ronildo Moreira de Araújo, 29, tatuaram a frase na testa do jovem no último dia 31 de maio após acusarem o garoto de ter entrado na pensão onde vivem e tentado furtar uma bicicleta. O adolescente nega ter praticado o delito.
A dupla foi presa no dia 10 de junho sob acusação de crime de tortura, e ambos os homens estão em prisão preventiva no CDP (Centro de Detenção Provisória) em São Bernardo do Campo.
O Ministério Público de São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo, livrou os responsáveis do crime de tortura. O entendimento da Promotoria contraria a conclusão do inquérito policial sobre o caso, e a denúncia apresentada foi de lesão corporal.
A clínica Grand House, que oferece tratamentos de alto custo para dependentes químicos, se dispôs a cuidar deste caso de forma gratuita, assim como a clínica estética responsável pela remoção da tatuagem.
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